quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Shoftím

  
Shoftím



Shoftím 1

Yaoshorúl luta contra os restantes cananeus

1Após a morte de Yaohúshua, a nação de Yaoshorúl consultou YÁOHU ULHÍM para receber as suas
instruções. "Qual será a tribo que deverá ir primeiro à guerra contra os cananeus?", perguntaram. 2A
resposta de YÁOHU ULHÍM foi: "YAOHÚ-dah. E dar-lhe-ei uma grande vitória." 3Os líderes da tribo de
YAOHÚ-dah, contudo, pediram auxílio à tribo de Shamiúl: "Venham connosco lutar contra o povo que está
ainda na porção de terra que nos coube em sorte, e depois seremos nós a ajudar-vos a conquistar o vossa
parte." E assim o exército de Shamiúl foi com o de YAOHÚ-dah. 4-5 YÁOHU ULHÍM ajudou-os a derrotarem
os cananeus e os perizeus, de tal forma que houve dez mil baixas, da parte do inimigo, em Bezeque. 6O rei
Adoni-Bezeque conseguiu fugir, mas o exército de Yaoshorúl em breve o capturou, e cortaram-lhe os dedos
polegares dos pés e das mãos. 7"Fiz isto mesmo a setenta outros reis que depois andavam a apanhar
migalhas debaixo da minha mesa!", dizia o rei Adoni-Bezeque. "Agora YÁOHU ULHÍM pagou-me da mesma
moeda." Foi levado para Yaohúshua-oléym e lá morreu. 8YAOHÚ-dah tinha conquistado Yaohúshua-oléym
e destruído o seu povo, pondo fogo à cidade. 9-11Depois o exército de YAOHÚ-dah combateu os cananeus
na região das colinas, no Négev e nas planícies costeiras. Posteriormente retomou a luta contra eles em
Hebron (antigamente chamada Kiryat-Arba), destruindo-lhes as cidades de Sesai, Aimã e Talmai. Por último
atacaram a cidade de Debir (antigamente chamada Kiryat-Sefer). 12"Quem vai comandar o ataque contra
Debir?", desafiou Caleb. "Quem a conquistar terá a minha filha Acsa como mulher!" 13O sobrinho de Caleb,
Othniul, filho do seu irmão mais novo Quenaz, ofereceu-se voluntariamente para chefiar o ataque.
Conquistou assim a cidade e obteve Acsa como esposa. 14Quando estavam para ir viver juntos para o seu
novo lar, ele pediu-lhe insistentemente que pedisse ao pai mais terra para eles. E foi ela própria que, vendo
seu pai Caleb, desceu da montada em que ia para lhe falar no assunto. "Que pretendes?", disse-lhe o pai
ao vê-la aproximar-se. 15"Foi muito bom da tua parte dares-me terra no Négev, mas peço-te que nos dês
também fontes de água." E dessa forma Caleb deu-lhe fontes de água superiores e inferiores. 16Quando a
tribo de YAOHÚ-dah foi instalar-se no seu novo território, no deserto do Négev, ao sul de Arade, os
descendentes do sogro de Mehushúa -membros do grupo dos queneus -acompanharam-nos. Deixaram as
suas casas em Yáricho, a cidade das palmeiras, e passaram assim a viver juntos com a tribo de YAOHÚdah.
17Posteriormente a tribo de YAOHÚ-dah juntou-se à de Shamiúl para combater os cananeus na cidade
de Zefate, e destruíram a população. Assim a cidade passou a ser chamada Orma (que quer dizer,
massacrado). 18O exército de YAOHÚ-dah conquistou igualmente as cidades de Gaza, de Asquelon e de
Ekron, com as localidades da sua jurisdição. 19 YÁOHU ULHÍM ajudou a tribo de YAOHÚ-dah a exterminar
o povo das colinas, ainda que tivessem falhado na tentativa de conquistar o do vale, que tinha carros de
ferro. 20A cidade de Hebron foi dada a Caleb, conforme a promessa de YÁOHU UL. Assim Caleb lançou
fora os seus habitantes, que eram descendentes dos três filhos de Anaque. 21A tribo de Benyamín não
exterminou os jebuseus que viviam em Yaohúshua-oléym; por isso ainda lá vivem hoje misturados com os
Yaoshorulítas. 22-26Quanto aos da tribo de YÁOHU-saf, atacaram a cidade de Bohay-Úl, anteriormente
conhecida por Luz, e YÁOHU ULHÍM esteve com eles. Primeiro enviaram espias que capturaram um
homem que vinha a sair da cidade. Propuseram-lhe poupar a vida dele e da sua família se desse a
conhecer a passagem através da muralha para entrar na cidade. O homem concordou, mostrou-lhes como
entrar lá dentro, e eles massacraram a população toda excepto o homem com a sua família. Mais tarde
aquele indivíduo foi para a Syria e edificou lá uma cidade a que chamou também Luz, como é ainda
conhecida hoje. 27-29A tribo de Menashé também não expulsou o povo que vivia em Beth-Sheán,
Taanaque, Dor, Ebleão e Megido, nem tão pouco nos lugares circunvizinhos; e assim os cananeus
continuaram a viver ali. Anos mais tarde, quando os Yaoshorulítas se tornaram mais fortes, puseram os
cananeus a trabalhar como escravos, mas nunca os forçaram a deixar o território. Aconteceu o mesmo aliás
com os cananeus que viviam em Gezer; ainda lá estão habitando no meio da tribo de Efroím. 30-33A tribo
de Zabulón também não destruiu o povo de Quitrom, nem de Naalol, mas fizeram-nos seus escravos; a tribo
de Oshór da mesma forma não expulsou os residentes de Aco, de Sidom, de Alabe, de Aczibe, de Helba, de
Afeca, nem de Reobe; assim os Yaoshorulítas vivem ainda entre os cananeus que eram o povo indígena
daquela terra. O mesmo se deu com a tribo de Neftali que não pôs fora o povo de Beth-Shemesh nem de
Beth-Anate; e essa gente continua a viver com eles como servos. 34-36Quanto à tribo de Dayán, os
amorreus forçaram-nos a circunscreverem-se à região das colinas e não os deixaram descer para os vales;
mas quando mais tarde os amorreus tentaram espalhar-se pelas montanhas de Heres, de Ayalon e de
Saalabim, a tribo de YÁOHU-saf dominou-os e fez deles escravos. A fronteira dos amorreus começa na
subida da passagem do escorpião, desce a um lugar chamado a rocha e continua dali para cima.

Shoftím 2

O anjo de YÁOHU UL em Boquim


1-2Certo dia, o anjo de YÁOHU UL chegou a Boquim, vindo de Gilgal, e fez este anúncio ao povo de
Yaoshorúl: "Tirei-vos do Egipto, trouxe-vos para esta terra que prometi aos vossos antepassados e garanti-
vos que nunca quebraria a aliança que fiz convosco na condição de, da vossa parte, não fazerem qualquer
espécie de tratado com o povo que vive aqui; disse-vos pois que deveriam destruir os altares desta gente.
Porque não obedeceram? 3Agora, visto que quebraram a aliança feita comigo, esta deixou de ter efeito, e já
não vos prometo mais destruir as nações que vivem nesta terra; pelo contrário, elas vos serão como
espinhos na carne; os seus falsos criadores o estatuas tornar-se-ão uma tentação constante para vocês." 45O
povo começou a lamentar-se e a chorar quando o anjo acabou de falar; por isso o nome daquele lugar
ficou a chamar-se Boquim. Então ofereceram sacrifícios a YÁOHU ULHÍM.

Yaohúshua morre

6-9Quando Yaohúshua finalmente licenciou os exércitos de Yaoshorúl, cada tribo foi para os seus novos
territórios e tomaram posse das terras que lhes tinham sido doadas. Yaohúshua, o homem de YÁOHU
ULHÍM, morreu na idade de 110 anos; foi enterrado no limite da sua propriedade, em Timnate-Heres, nas
colinas de Efroím, a norte do Monte Gaás. O povo permaneceu fiel a YÁOHU ULHÍM durante o tempo da
vida de Yaohúshua, e também enquanto viveram aqueles anciãos da sua geração, que tinham visto os
poderosos milagres feitos pelo YÁOHU ULHÍM a favor de Yaoshorúl.

Desobediência e derrota

10-14Mas essa geração acabou por morrer toda; veio depois outra que ignorou YÁOHU ULHÍM e tudo o
que ele tinha feito por Yaoshorúl. Fizeram mesmo muitas coisas que YÁOHU ULHÍM tinha expressamente
proibido, incluindo a adoração de ídolos pagãos. Abandonaram YÁOHU ULHÍM, o Criador Eterno seus
antecessores, que os tinha arrancado do Egipto. Puseram-se a prestar adoração aos ídolos das nações
vizinhas. Por isso a ira de YÁOHU UL se acendeu contra Yaoshorúl, e entregou-os nas mãos dos seus
inimigos, pois que se afastaram de YÁOHU ULHÍM e se puseram a adorar a Baal e os ídolos astarotes. 1519Assim, sempre que a nação de Yaoshorúl saía a combater os seus inimigos, YÁOHU ULHÍM dificultava hes a ação. Tinha-os avisado disso mesmo, tinha-lhes até prometido que o faria. Mas quando o povo se
encontrava em grande aperto, YÁOHU ULHÍM fez levantarem-se juízes para os livrar dos inimigos. Pois
mesmo assim Yaoshorúl não quis ouvir esses juízes, faltou às suas promessas com YÁOHU ULHÍM, pondo-
se a adorar outros falsos criadores o estatuas. Bem depressa se desviaram da verdadeira fé dos seus pais,
pois recusaram obedecer aos mandamentos de YÁOHU ULHÍM. Cada juiz salvava o povo de Yaoshorúl dos
seus inimigos enquanto vivia, porque YÁOHU ULHÍM se apiedava com o clamor do povo sob o peso da
opressão; e assim os ajudava enquanto o juiz vivia. Mas quando este morria deixavam de viver com justiça
e faziam ainda pior do que os seus pais. Dirigiam preces aos ídolos pagãos, novamente, lançando-se ao
chão em atitudes de humilde adoração. Volviam obstinadamente aos hábitos malvados das nações que se
situavam à sua volta. 20-22Então a ira de YÁOHU UL tornava-se a acender contra Yaoshorúl. E declarava:
"Visto que este povo violou a aliança que fiz com os seus antecessores, nunca mais expulsarei as nações
que Yaohúshua deixou por conquistar quando morreu. Pelo contrário, usá-las-ei mesmo para testar o meu
povo, para me certificar se sim ou não obedecem a YÁOHU ULHÍM, como fizeram seus pais." 23Foi assim
que YÁOHU ULHÍM deixou esses povos na terra, e não os expulsou; tão pouco Yaoshorúl os destruiu.

Shoftím 3

Os povos que Yaoshorúl não expulsou

1-2Segue-se uma lista dos povos que YÁOHU ULHÍM deixou na terra para experimentar as novas gerações
de Yaoshorúl, que ainda não tinha passado pelas guerras de Canaã. Porque YÁOHU ULHÍM pretendia dar
oportunidade à juventude de Yaoshorúl de pôr à prova a sua fé e a sua obediência, dominando os inimigos.
3São eles: os Palestinos, com cinco cidades, os cananeus, os sidónios e os heveus, que viviam nas
montanhas do Lebanon, desde BaalHermon até à entrada de Hamate. 4Estes povos pois foram um teste
para a nova geração de Yaoshorúl para ver se obedeceriam aos mandamentos que YÁOHU ULHÍM lhes
tinha dado através de Mehushúa. 5E assim viveu Yaoshorúl entre os cananeus, os heteus, os heveus, os
perizeus, os amorreus e os jebuseus. 6-7Mas em vez de os destruir, o povo de Yaoshorúl cruzou-se com
eles, através de casamentos. Os moços Yaoshorulítas tomaram as raparigas deles como mulheres, e viceversa.
E daí, até que Yaoshorúl começasse a adorar também os seus falsos criadores o estatuas, foi um
pequeno passo. Por isso o povo de Yaoshorúl estava muito mal visto aos olhos de YÁOHU ULHÍM visto que
se rebelaram contra YÁOHU ULHÍM o seu YÁOHU ULHÍM e puseram-se a dar adoração a Baal e aos
ídolos asterotes.

O juiz Othniul

8-10A ira de YÁOHU UL inflamou-se contra Yaoshorúl e permitiu que o rei Cusã-Risataim da Syria oriental
os vencesse na guerra. E ficaram sob o seu domínio durante oito anos. Mas quando Yaoshorúl gritou a
YÁOHU ULHÍM por socorro, deu-lhes o sobrinho de Caleb, Othniul (filho de Quenaz, irmão mais novo de
Caleb), que os salvou. O RÚKHA de YÁOHU UL tomou posse dele e pôde assim reformar e limpar
Yaoshorúl, de tal forma que quando conduziu as forças militares de Yaoshorúl contra o rei Cusã-Risataim,
YÁOHU ULHÍM ajudou Yaoshorúl a vencê-lo duma forma absoluta. 11-14Depois, durante quarenta anos
que estiveram sob a chefia de Othniul, houve paz na terra. No entanto quando Othniul faleceu, o povo de
Yaoshorúl regressou novamente aos maus caminhos de antigamente, e YÁOHU ULHÍM deixou que o rei
Eglom de Moabe os vencesse, naquela altura. Por sinal tinham-se aliado a esse rei os exércitos dos
amonitas e dos amalequitas. Essas forças derrotaram os Yaoshorulítas e tomaram posse de Yáricho,
frequentemente chamada cidade das palmeiras. E durante dezoito anos o povo de Yaoshorúl esteve sujeito
ao rei Eglom.




Eude

15-23Mas quando clamaram a YÁOHU ULHÍM, mandou-lhes um libertador, Eude, filho de Gera, benjamita,
que era canhoto. Eude era o homem que devia levar o imposto anual de Yaoshorúl até à capital moabita.
Ora antes de encetar a viagem mandou fazer uma espada de dois gumes, de meio metro de comprimento, e
escondeu-a na roupa que vestia, junto à coxa direita. Depois de ter entregue o dinheiro ao rei Eglom, que
era muito gordo, foi-se embora. Já fora da cidade, junto das pedreiras de Gilgal, despediu os companheiros
e voltou sozinho ter com o rei. "Tenho uma mensagem secreta para ti", disse-lhe rei mandou imediatamente
sair toda a gente que ali se encontrava, de forma a poder conversar em privado com ele. Estavam numa
sala fresca, nos andares superiores. Eude avançou então e disse: "É uma mensagem de YÁOHU ULHÍM!"
O rei levantou-se logo. Eude, com a mão esquerda puxou da espada que tinha escondida junto à perna
direita e cravou-lha no ventre. O próprio punho da espada ficou enterrado na gordura do corpo. Eude deixou
assim a espada, fechou as portas atrás de si e escapou-se por uma saída secundária. 24-25Quando os
servos do rei chegaram, mais tarde, viram as portas fechadas e esperaram, pensando que talvez ele
estivesse na casa de banho. Mas depois de passar muito tempo sem que o rei aparecesse, começaram a
estar preocupados e foram buscar uma chave. Ao abrirem a porta depararam com o seu chefe morto,
estendido por terra. 26-27Entretanto Eude, chegando de novo às pedreiras, fugira em direcção a Seirá.
Quando chegou às colinas de Efroím fez um apelo às armas, ao som de trombetas, e organizou um exército
sob o seu próprio comando. 28-30"Sigam-me", gritou "porque YÁOHU ULHÍM entregou já os vossos
inimigos, os moabitas, nas vossas mãos!" Inicialmente a sua acção consistiu em ocupar os baixios do
Yardayán, perto de Moabe, para evitar que os outros passassem por ali, atravessando o rio a pé.
Seguidamente foram atacar os moabitas, matando aproximadamente uns dez mil dos seus mais fortes e
mais hábeis guerreiros, não deixando escapar ninguém. E dessa maneira Moabe foi conquistado por
Yaoshorúl naquele mesmo dia. A terra ficou em paz durante os oitenta anos seguintes.

Sangar

31O juiz que veio a seguir a Eude foi Sangar, filho de Anate. Duma vez conseguiu matar seiscentos
Palestinos com uma vara de bois. Por meio desse golpe salvou Yaoshorúl dum desastre.

Shoftím 4

Débora

1-2Posteriormente à morte de Eude Yaoshorúl tornou a cair no pecado contra YÁOHU ULHÍM, o qual
deixou que o rei Yabim de Hazor em Canaã os vencesse e dominasse. O comandante das suas forças
militares era Sísera, que vivia em Harosete-Ha-Goiim. 3Este mandou fazer novecentos carros de combate
em ferro; e tornou a vida para os Yaoshorulítas insuportável durante vinte anos. Mas por fim, rogaram muito
a YÁOHU ULHÍM, que os socorreu. 4-5A pessoa que chefiava Yaoshorúl nessa altura era Débora, uma
mulher profetisa, casada com Lapidote. Vivia num lugar agora chamado Palmeira de Débora, entre Roemáh
e Bohay-Úl nas colinas de Efroím; e era ali que os Yaoshorulítas vinham ter com ela para resolver questões
e problemas, assim como para a ouvir falar de YÁOHU ULHÍM. 6-7Um dia ela mandou chamar Boruháo
(filho de Abínoam), que vivia em Quedes no território de Neftali, e disse-lhe: " YÁOHU ULHÍM o Criador
Eterno de Yaoshorúl manda que mobilizes dez mil homens das tribos de Neftali e de Zabulón. Leva-os ao
monte Tabor para combaterem o poderoso exército de Yabim mais os seus carros de combate todos, que
estão sob as ordens do general Sísera. YÁOHU ULHÍM diz-te, 'Atraí-los-ei para junto do ribeiro de Quisom e
derrotá-los-ás ali.'" 8"Estou de acordo em partir; mas só se fores comigo!" disse-lhe Boruháo. 9"Está bem.
Irei contigo. Mas desde já te aviso que a honra de ter conquistado Sísera irá assim recair sobre uma mulher
e não sobre ti!" Foi portanto com ele até Quedes. 10Quando Boruháo convocou os homens mobilizáveis de
Zabulón e de Neftali em Quedes, dez mil ofereceram-se voluntariamente. E Débora marchou com eles.
11(Heber o queneu -os queneus eram os descentes de Hobabe, o sogro de Mehushúa -tinha-se separado
do resto do seu clã, e tinha passado a viver em vários sítios, chegando a estabelecer-se ao pé do carvalhal
de Zaananim perto de Quedes.) 12-13Quando o general Sísera foi informado de que Boruháo e o seu
exército estava acampado no monte Tabor, tratou de mobilizar todo o exército, incluindo os novecentos
carros de combate em ferro, e pôs-se em marcha de Harosete-Ha-Goiim para o ribeiro de Quisom. 1416Então
Débora disse a Boruháo: "Agora é a altura de entrar em acção! É YÁOHU ULHÍM que te vai dar
Sísera nas tuas mãos!" Boruháo pois levou os seus dez mil homens até à base do monte Tabor,
preparando-se para o combate. Mas YÁOHU ULHÍM lançou o pânico nas hostes inimigas, tanto nas de
infantaria como nos condutores dos carros. Sísera saltou mesmo do seu carro e fugiu a pé. Boruháo e os
seus homens perseguiram-nos, aos que iam a pé como aos dos carros, até Harosete-Ha-Goiim. Não os
deixaram sem que estivessem todos liquidados. Ninguém foi deixado com vida. 17Entretanto Sísera
escapara para a tenda de Yael, a mulher de Heber o queneu, pois que havia como que um acordo de auxílio
mútuo entre o rei Yabim de Hazor e a clã de Heber. 18Yael saiu ao encontro de Sísera e disse-lhe: "Vem
para a minha tenda, chefe! Ficarás seguro sob a nossa protecção. Nada receies." Ele aceitou o convite, e
ela cobriu-o com uma manta. 19-20"Por favor, dá-me água, estou morto de sede", disse-lhe. Yael deu-lhe
leite a beber e tornou a cobri-lo. "Olha, põe-te aí à entrada", pediu ele. "Se alguém vier à minha procura,
dizes-lhe que não está cá ninguém, claro." 21Foi então que Yael pegou numa estaca de tenda e num
martelo; aproximou-se mansamente dele enquanto dormia num profundo sono, e cravou-lhe a estaca nas
fontes, pregando-lhe a cabeça no chão. E morreu dessa forma, pois que estava carregado de sono e de
cansaço. 22Quando Boruháo se chegou à procura dele, Yael veio logo ao seu encontro, exclamando:
"Anda, vou mostrar-te o homem que procuras." Boruháo entrou com ela na tenda e deparou com Sísera ali
prostrado, sem vida, com a estaca cravada na cabeça. 23-24Nesse dia pois YÁOHU ULHÍM usou Yaoshorúl
para subjugar o rei Yabim de Canaã. A partir dessa altura Yaoshorúl foi ganhando cada vez mais
supremacia sobre a nação do rei Yabim, até que acabou por ser toda destruída.

Shoftím 5

O cântico de Débora

1Débora e Boruháo compuseram então e cantaram este cântico de vitória:
2"Haolul-YÁOHU! "Os líderes de Yaoshorúl conduziram corajosamente o povo. "Este seguiu-os de
cabeça erguida."Sim, bendito seja YÁOHU ULHÍM!
3Escutem, vocês, reis e governantes,"porque vou cantar a YÁOHU ULHÍM, o Criador Eterno de
Yaoshorúl.
4Quando nos fizeste sair de Seir,"e nos levaste através dos campos de Edom, "a terra tremeu,"os shuaólmayao
derramaram chuvas.
5Sim, até o Monte Sinai tremeu na presença de YÁOHU ULHÍM de Yaoshorúl.
6Nos dias de Sangar, o filho de Anate; e nos dias de Yael,"as grandes estradas ficaram desertas;"e os
viajantes preferiram ir pelos estreitos atalhos retorcidos.
7O povo de Yaoshorúl estava a decair a olhos vistos;"até que apareceu Débora,"que se tornou como que
uma mãe para Yaoshorúl.
8Quando Yaoshorúl vai atrás de falsos criadores o estatuas estrangeiros,"é a derrocada de tudo, é
guerra. Os chefees que nos dominavam não permitiam sequer "que tivéssemos um escudo ou uma lança
nas nossas mãos. Entre quarenta mil soldados Yaoshorulítas não se encontra uma só arma!
9Como me alegro nos chefes de Yaoshorúl,"que tão generosamente se deram a si próprios! Haolul-
YÁOHU!
10Que Yaoshorúl inteiro, ricos e pobres, se juntem nos seus louvores, "tanto os que andam montados em
brancos jumentos "e pisam tapetes ricos em casa,"como os que têm de andar a pé pelos caminhos.
11Os músicos de cada povoação juntam-se no poço da vila,"para exaltar os triunfos de YÁOHU UL. Sem
cessar, fazem suceder os hinos e baladas,"sobre como YÁOHU ULHÍM salvou Yaoshorúl"com um exército
de combatentes! O povo de YÁOHU UL passou as portas das cidades.
12Levanta-te, Débora, e canta! Ergue-te, Boruháo! Tu, filho de Abínoam,"chega-te, com os teus
prisioneiros!
13Descendo o monte Tabor via-se o nobre resto do povo. O povo de YÁOHU UL desceu avançando
contra grandes pessoas.
14Vieram de Efroím e de Benyamín, de Maquir e de Zabulón.
15Veio até ao vale essa nobre gente de Ishochar,"com Débora e com Boruháo. À ordem de YÁOHU
ULHÍM acorreram todos ao vale. Contudo, a tribo de Ro-ibén não se deslocou.
16Porque ficas sentado em casa, no meio dos rebanhos, "ouvindo os balidos dos animais e as flautas
dos anciãos? Sim, a tribo de Ro-ibén não pode estar com a consciência descansada.
17Porque ficou também Gaúliod do lado de lá do Yardayán, "e porque razão Dayán ficou à beira dos
seus barcos? E qual a razão que levou Oshór a deixar-se estar impassível, "nas praias, descansando junto
aos seus portos?
18Mas as tribos de Zabulón e de Neftali não tiveram medo "de morrer nos campos de batalha.
19Os reis de Canaã lutaram em Taanaque, junto às fontes de Megido, "mas não foram vitoriosos.
20Até as próprias 'cocavím' (est-elas) do céu lutaram contra Sísera.
21O veloz ribeiro de Quisom os arrastou, os varreu. Avante, alma minha, corajosamente!
22Ouve o trotar dos cascos da cavalaria inimiga! Observa o galopar dos seus corcéis!
23Pois apesar disso o anjo de YÁOHU ULHÍM amaldiçoou Meroz, "Que os seus habitantes sejam
asperamente amaldiçoados", disse. "Porque não quiseram empenhar-se na luta de YÁOHU UL"contra os
seus inimigos".
24Bendita seja Yael, a mulher de Heber, o queneu. Sim, que ela seja abençoada,"acima de todas as
mulheres, nos seus lares.
25Pediu-lhe água, e ela deu-lhe leite, numa bela chávena.
26Mas depois, pegou numa estaca, num martelo,"cravou-a na fonte de Sísera, "rachando-lhe a cabeça,
atravessando-a de lado a lado.
27Ele ali ficou prostrado a seus pés, sem vida.
28A mãe de Sísera bem olhava pela janela, esperando o seu regresso: Mas porque é que o seu carro
demora tanto a regressar? Porque é que não se ouve ainda "o barulho do rodado dos carros pelo caminho?"
29As amigas que lhe faziam companhia, respondiam-lhe, e ela concordava:
30"É que deve haver grande despojo a repartir. E isso leva tempo. Cada homem fica com uma ou duas
raparigas." "Sim", acrescentava ela, "Sísera há-de trazer vestidos de lindas cores,"e muitos presentes para
me oferecer."
31Ó YÁOHU ULHÍM, que todos os teus inimigos pereçam como Sísera,"mas aqueles que te amam, que
sejam como o sol,"quando se levanta na sua força!"

Depois disto acontecer, houve paz na terra durante quarenta anos.

Shoftím 6

YÁOHU ULHÍM chama Gideon

1No entanto, novamente o povo de Yaoshorúl começou a prestar adoração a outros falsos criadores o
estatuas, e mais uma vez YÁOHU ULHÍM permitiu que os seus inimigos os castigassem. Desta vez foram
os midianitas, e durante sete anos. 2-5Estes foram tão cruéis que os Yaoshorulítas tiveram de se refugiar
nas montanhas, indo viver para cavernas e esconderijos. Quando semeavam os campos, vinham bandos de
Midiã, de Ameleque e de outros povos vizinhos destruir as searas e pilhar toda a região até Gaza, não
deixando uma migalha para comer, levando tudo o que era gado, carneiros, bois, jumentos. Estas hordes
inimigas chegavam montadas numa multidão de camelos, nem se podiam contar, e só deixavam a terra
depois de a terem completamente desvastado e saqueado. 6-7Yaoshorúl ficou assim progressivamente
reduzido à miséria por causa daquela gente. Até que, por fim, o povo de Yaoshorúl começou a clamar pela
ajuda de YÁOHU UL. 8-10 YÁOHU ULHÍM respondeu, no entanto, através dum profeta que lhes foi enviado
com esta mensagem: " YÁOHU ULHÍM o Criador Eterno de Yaoshorúl arrancou-vos à escravidão do Egipto,
salvou-vos dos egípcios, e de todos os que vos dominavam cruelmente, expeliu os vossos inimigos da
vossa frente e deu-vos esta terra. Além disso afirmou-vos que, sendo ele YÁOHU ULHÍM vosso Criador
Eterno, não deveriam venerar os falsos criadores o estatuas dos amorreus que vivem à vossa volta. Mas
vocês não deram ouvidos às suas recomendações." 11Um dia o anjo de YÁOHU UL chegou-se e sentou-se
sob o carvalho de Ofra, na propriedade de Yao-ósh, o abiezrita. O filho de Yao-ósh, Gideon, estava a
malhar trigo. Mas tinha ido fazer isso para o lagar, para se esconder dos midianitas e salvar o grão do
vandalismo deles. 12O anjo dirigiu-se-lhe dizendo assim: " YÁOHU ULHÍM é contigo, homem corajoso!"
13"Se YÁOHU ULHÍM é connosco", respondeu-lhe Gideon, "porque é que nos tem acontecido tudo isto?
Por que razão não se dão entre nós aqueles famosos milagres que os nossos pais nos contam -como por
exemplo, quande YÁOHU ULHÍM nos tirou do Egipto? YÁOHU ULHÍM desamparou-nos e deixou que os
midianitas nos arruinassem completamente." 14Então YÁOHU ULHÍM, voltando-se para ele, declarou-lhe:
"Vai com a força que te dou. Livrarás Yaoshorúl das mãos dos midianitas. Sou eu mesmo quem te envia!"
15Gideon replicou: "Mas, então como posso ser eu a salvar Yaoshorúl? A minha família é a mais pobre de
toda a tribo de Menashé, e na minha casa eu sou aquele a quem menos atenção se dá." 16"Eu, YÁOHU
ULHÍM, serei contigo! E tu destruirás os midianitas todos duma só vez!" 17-18"Se é realmente assim, que
me irás ajudar dessa maneira, então rogo que faça agora um milagre qualquer que me dê prova disso. Que
me prove que é realmente YÁOHU ULHÍM que me está a falar desta maneira. Mas entretanto peço-lhe que
não se vá já embora porque eu queria ir buscar um presente para si." YÁOHU ULHÍM respondeu: "Está
bem, ficarei aqui até que voltes." 19Gideon foi a correr a casa, preparou um cabrito, mediu 22 litros de
farinha e amassou uns bolos, sem fermento; pôs a carne e o caldo numa panela e trouxe tudo ao anjo, que
continuava debaixo do carvalho. 20O anjo disse-lhe: "Põe a carne e os bolos sobre aquela rocha, e o caldo,
derrama-o por cima." Depois de Gideon ter obedecido, 21o anjo tocou na carne com a ponta do seu cajado,
e saiu fogo da rocha que consumiu aquilo tudo. De repente, o anjo desapareceu da frente dele. 22Gideon
deu-se então verdadeiramente conta de que era mesmo o anjo de YÁOHU UL quem tinha estado ali com
ele, e exclamou: "Ai de mim, ó YÁOHU ULHÍM o Criador Eterno, porque vi o anjo de YÁOHU UL face a
face!" 23"Fica tranquilo", respondeu-lhe YÁOHU ULHÍM. "Não tenhas receio, não morrerás." 24Gideon
construiu ali mesmo um altar e pôs-lhe o nome de altar da Paz com YÁOHU ULHÍM. Está ainda em Ofra, na
terra dos abiezritas. 25Nessa noite YÁOHU ULHÍM disse-lhe para amarrar o melhor boi do seu pai ao altar
de família consagrado a Baal, e deitá-lo assim abaixo com a força do animal; mandou-lhe também que
derrubasse o ídolo de madeira da idolo Asera que ali estava perto. 26"Substitui-o por um altar a YÁOHU
ULHÍM vosso Criador Eterno; constrói-o aqui nesta colina, colocando as pedras com todo o cuidado. Depois
sacrifica o boi como holocausto a YÁOHU ULHÍM, usando a madeira do ídolo como lenha para o fogo do
altar." 27Gideon tomou dez homens dos seus criados e cumpriu com o que YÁOHU ULHÍM lhe mandara.
Mas fez tudo de noite, com medo da reacção das outras pessoas que viviam na casa do seu pai e da gente
da cidade; pois dava-se bem conta do que aconteceria quando verificassem o que tinha feito. 28Logo bem
cedo na manhã seguinte, quando a vida na cidade recomeçava, alguém descobriu que o altar de Baal tinha
sido derrubado, o ídolo ali perto tinha desaparecido e que um novo altar fora construído, vendo-se ainda
nele os restos de um sacrifício. 29"Quem foi que fez isto?", perguntava toda a gente. Depois de
investigarem cuidadosamente acabaram por descobrir que tinha sido Gideon, o filho de Yao-ósh. 30"Traz o
teu filho cá fora!", gritaram defronte da casa de Yao-ósh. "Terá que morrer porque insultou o altar de Baal e
deitou abaixo o símbolo de Asera que estava junto dele." 31No entanto Yao-ósh respondeu àquela gente
amotinada: "Será que Baal precisa mesmo da vossa ajuda? Isso seria um insulto para qualquer idolo! Vocês
é que deveriam morrer por estarem assim a insultar Baal! Se Baal é realmente um idolo, deixem que seja
ele a cuidar de si próprio e a aniquilar quem foi que lhe destruiu o altar." 32Daí em diante Gideon passou a
ser conhecido por Yerubaal, que queria dizer: Deixem Baal cuidar de si próprio! 33Algum tempo depois os
exércitos de Midiã, de Ameleque e de outras nações vizinhas uniram-se numa vasta aliança contra
Yaoshorúl. Atravessaram o Yardayán e acamparam no vale de Yaozoro-Úl. 34-35Então o RÚKHA de
YÁOHU UL veio sobre Gideon. Este tocou a trombeta de chamada às armas, e os homens de Abiozor
juntaram-se a ele. Mandou também mensageiros através de Menashé, de Oshór, de Zabulón e de Neftali,
congregando as suas forças de combate, e todos responderam. 36-37Gideon disse a YÁOHU ULHÍM: "Se
vais na verdade empregar-me para salvar Yaoshorúl, tal como me prometeste, dá-me a prova disso desta
maneira: Vou pôr um pedaço de lã esta noite no chão da eira, e se pela manhã o novelo estiver húmido,
mas todo o resto do chão estiver seco, saberei por essa forma que irás ajudar-me!" 38E aconteceu
precisamente assim. Quando se levantou na manhã seguinte foi apertar o novelo de lã e estava cheio de
água; encheu mesmo uma taça com a água que tinha! 39Então Gideon disse a YÁOHU ULHÍM: "Peço-te
que não te enfasties comigo, mas deixa-me fazer um novo teste: desta vez que seja o novelo a ficar seco e
o chão à volta molhado!" 40 YÁOHU ULHÍM fez como ele lhe pediu; nessa noite o novelo ficou seco mas
em contrapartida o chão estava todo coberto de orvalho!

Shoftím 7

Gideon vence os midianitas

1Yerubaal (ou seja, Gideon) e o seu exército partiram muito cedo pela manhã e chegaram até à fonte de
Harode. Os exércitos de Midiã estavam acampados a norte, no fundo do vale, por detrás da colina de Moré.
2-3 YÁOHU ULHÍM disse então a Gideon: "Há gente demais contigo. Não posso deixar todos esses homens
lutar contra os midianitas, porque se assim fosse o povo de Yaoshorúl haveria de se gabar de que por si
próprios se tinham salvo, devido à sua própria força! Manda para casa todos os que estiverem receosos e
acobardados." E foi assim que nada menos do que vinte e dois mil homens se foram embora, e só dez mil
ficaram, decididos a combater. 4Mas YÁOHU ULHÍM tornou a dizer a Gideon: "Há ainda gente a mais!
Leva-os até à fonte e mostrar-te-ei lá quais são os que irão contigo e quais os que terão de ficar de parte."
5-6Gideon juntou-os à beira da água, e ali mesmo YÁOHU ULHÍM lhe disse: "Divide-os em dois grupos, de
acordo com o modo como bebem. Porás de um lado os que beberem a água, lambendo-a como os cães, do
outro ficarão os que se ajoelharem e puserem a boca mesmo na água para beberem." E apenas trezentos
homens beberam com as mãos; todos os outros se inclinaram com a boca até à corrente. 7"Conquistarei os
midianitas com estes trezentos", disse YÁOHU ULHÍM a Gideon. "Manda o resto para casa!" 8Gideon, fez
recolher todos os jarros de barro e as trombetas que havia entre eles, e enviou-os para casa, ficando
apenas com os tais trezentos. 9Nessa noite, com os midianitas ali acampados em baixo no vale, YÁOHU
ULHÍM disse a Gideon: "Levanta-te. Manda formar os teus homens e ataca os midianitas, pois farei com
que os derrotes. 10-11No entanto, se houver em ti ainda algum receio, desce primeiro ao acampamento
inimigo; leva só contigo o teu ajudante Purá, se quiseres; e escuta o que lá estão a dizer em baixo. Vais ver
que isso te dará muito alento e desejo de atacar!"Ele pegou em Purá e desceu na escuridão até ao limite do
acampamento deles, junto das sentinelas mais avançadas do inimigo. 12Ali se encontravam todos aqueles
vastos exércitos de Midiã, de Ameleque e das outras nações orientais, concentrados por todo o vale, numa
multidão compacta que lembrava uma praga de gafanhotos, dava até a ideia da areia da praia; e eram
incontáveis os seus camelos! 13Gideon rastejou em direcção a uma das tendas; quando lá chegou junto,
acabava de acordar um dos homens, o qual tinha tido um pesadelo e contava-o ao camarada: "Sonhei com
uma coisa muito estranha", estava ele a dizer, "era um grande pão de cevada que vinha rolando lá de cima
sobre o nosso campo, caía em cima das tendas e deitava-as todas abaixo!" 14O outro soldado respondeu-
lhe: "Podes ter a certeza de que esse teu sonho só pode ter um significado. É Gideon filho de Yao-ósh, o
Yaoshorulíta, que vai vir massacrar todas as forças aliadas de Midiã!" 15Quando Gideon ouviu aquilo, tanto
o sonho como a interpretação, louvou YÁOHU ULHÍM. Após o que regressou para junto dos seus homens e
gritou-lhes: "Todos de pé! YÁOHU ULHÍM vai usar-vos para derrotar estes grandes exércitos de Midiã!" 1618Dividiu os trezentos soldados em três grupos, deu a cada um dos homens uma trombeta e um jarro de
barro com uma tocha acesa dentro. Depois explicou-lhes o seu plano. "Quando chegarmos às primeiras
sentinelas do campo inimigo façam todos como eu. Assim que me ouvirem a mim e aos que estão comigo
soprarmos nas trombetas, devem fazer o mesmo em toda a volta do acampamento e gritem assim:
Combatemos por YÁOHU ULHÍM e por Gideon!" 19-20Passava pouco da meia-noite e da altura do render
das sentinelas, quando Gideon e os cem que ficaram com ele rastejaram até ao limite do campo dos
midianitas. Subitamente sopraram nas trombetas; logo a seguir partiram os jarros de forma que as luzes que
ardiam lá dentro brilharam na noite. Os outros duzentos fizeram imediatamente o mesmo, soprando as
trombetas com a mão direita, levantando as tochas acesas com a outra, e todos gritando. "Uma espada pelo
YÁOHU ULHÍM e por Gideon!" 21-22Ficaram-se assim a ver o que acontecia; todo aquele imenso exército
inimigo começou a andar às voltas sem tino, gritando de pânico e desatando a fugir. Naquela confusão toda,
YÁOHU ULHÍM fez com que as tropas inimigas começassem a lutar entre si, matando-se uns aos outros, e
isto duma ponta à outra do acampamento; muitos conseguiram fugir, correndo até Beth-Sita perto de
Zerará, e até à entrada de Abúl-Meolá acima de Tabate. 23-25Gideon mandou mensageiros às tropas de
Neftali, de Oshór e de Menashé para que os perseguissem, e destruíssem aquela gente toda do exército de
Midiã que fugia. Mandou igualmente mensageiros pelas colinas de Efroím, convocando tropas para que
tomassem os baixios do Yardayán, em Beth-Bará, a fim de evitar que os midianitas passassem ali a pé para
o outro lado e escapassem. Orebe e Zeebe, dois generais midianitas, foram capturados. Orebe foi morto
numa rocha agora conhecida pelo seu nome, e Zeebe foi morto no lagar de Zeebe, tal como também é
conhecido hoje em dia. Os Yaoshorulítas pegaram nas cabeças dum e doutro, atravessaram o Yardayán e
trouxeram-nas a Gideon.

Shoftím 8

Gideon persegue dois reis

1Os chefes tribais de Efroím ficaram muito contrariados contra Gideon. "Porque é que não nos mandaste
chamar quando foste lutar contra os midianitas?", perguntaram. 2-3Gideon respondeu-lhes: " YÁOHU
ULHÍM permitiu que fossem vocês a capturar Orebe e Zeebe, os generais do exército midianita. Que
fizemos nós em comparação com isso? As vossas acções na parte final do combate foram muito mais
importantes do que as nossas no princípio!" E foi assim que os outros se acalmaram. 4-5Gideon, entretanto,
tinha atravessado o Yardayán com os seus trezentos homens. Estavam todos muito cansados, mas
continuavam sempre a perseguir os inimigos. E pediram alimentos à gente de Sukkós: "Estamos esgotados
de energias, por causa de andarmos a perseguir Zeba e Zalmuna, os reis de Midiã." 6Contudo os líderes de
Sukkós retorquiram-lhes: "Vocês ainda não conseguiram apanhá-los! Se vos dermos alimento e se vocês
não chegarem a capturá-los, vai acontecer que eles voltarão e nos liquidarão." 7Ao ouvir isto Gideon avisou-
os: "Pois então, quando YÁOHU ULHÍM os entregar nas nossas mãos, regressarei aqui e hei-de rasgar a
vossa carne com espinhos e abrolhos do deserto." 8-9Depois foi-se a Panu-Ul e pediu ali alimento, mas
obteve a mesma resposta. A estes disse também: "Quando toda a campanha acabar, tornarei aqui e
derrubarei esta torre." 10Por esta altura esses tais reis midianitas, Zeba e Zalmuna, encontravam-se em
Carcor com um resto de uns quinze mil soldados das suas tropas. Era aliás tudo o que restava daqueles
exércitos aliados do oriente, pois que cento e vinte mil tinham já sido mortos. 11-14Então Gideon contornou
a zona em que estavam os fugitivos indo pelo caminho das caravanas, a oriente de Noba e de Yogbea,
caindo de surpresa sobre aquele resto do exército midianita, que não estava a contar com o ataque. Os dois
reis fugiram mas Gideon perseguiu-os e capturou-os, derrotando o exército inteiro. Algum tempo depois,
Gideon regressou pelo caminho de Heres. Ali prendeu um moço de Sukkós e disse-lhe que escrevesse os
nomes dos setenta e sete chefes políticos e religiosos da cidade. 15Após isso regressou a Sukkós, e disse
àquela gente: "Vocês escarneceram de mim, dizendo que eu nunca haveria de apanhar os reis Zeba e
Zalmuna e recusaram-me alimento numa altura em que estava extenuado e debilitado pela fome. Pois bem,
eles aqui estão!" 16-17Então, pegou nos chefes da cidade, deu-lhes uma lição, com espinhos e abrolhos.
Foi também a Panu-Ul e deitou abaixo a torre da cidade, matando toda a população. 18Gideon perguntou a
esses reis, Zeba e Zalmuna: "A gente que vocês mataram em Tabor, como é que eram eles?""Vestiam
como tu, como filhos de reis!" 19"Pois eram certamente os meus irmãos!", exclamou Gideon. "Podem ter a
certeza de que não vos mataria se não lhes tivessem tirado a vida." 20Seguidamente, voltando-se para
Yoter, seu filho mais velho, mandou que os matasse. No entanto o rapaz, que ainda era novinho, teve
receio. 21Zeba e Zalmuna disseram a Gideon: "Mata-nos tu mesmo. Preferimos morrer às mãos dum
homem!" E então Gideon matou-os e guardou para si os ornamentos que estavam nos pescoços dos
camelos deles.

O éfode de Gideon

22Os homens de Yaoshorúl pediram-lhe que fosse o seu rei: "Que tu, os teus filhos e todos os teus
descendentes sejam quem nos há-de reger, pois que nos salvaste dos midianitas." 23-24Mas a resposta de
Gideon foi: "Eu não serei o vosso rei, nem tão pouco o meu filho. YÁOHU ULHÍM, sim, é o vosso rei! No
entanto pretendo fazer-vos um pedido: dêem-me todos os pendentes das orelhas dos nossos inimigos, que
vocês guardaram por despojo." Porque as tropas midianitas, sendo Ishmaulítas como eram, traziam
pendentes de ouro. 25-27"De boa vontade o faremos!" E logo estenderam ali uma capa onde toda a gente
foi pôr os pendentes que tinha guardado. O valor total daquilo foi calculado nuns vinte quilos de ouro, sem
contar os crescentes, as cadeias, os fatos reais em púrpura e os ornamentos dos pescoços dos camelos.
Gideon fez um éfode de todo esse ouro e pô-lo em Ofra, a sua própria cidade. Em breve Yaoshorúl inteiro
começou a prestar adoração àquilo. Foi uma coisa muita má que Gideon e a sua família fizeram.

A morte de Gideon


28-32Esta é pois a narrativa de como Midiã foi subjugado por Yaoshorúl. Os midianitas nunca mais
levantaram a cabeça, e a terra permaneceu em paz por quarenta anos -ou seja, todo o tempo de vida de
Gideon. Este viveu sempre na sua própria casa, chegou a ter setenta filhos, pois que teve muitas mulheres.
Teve igualmente uma concubina em Siquem, que lhe deu um filho de nome Abimeleque. Quando faleceu
era velho, já muito velho, e foi posto no sepulcro do seu pai Yao-ósh em Ofra, na terra dos abiezritas. 3335No
entanto, logo que Gideon morreu, os Yaoshorulítas começaram a adorar os ídolos de Baal e de Baal-
Berite. Deixaram de considerar YÁOHU ULHÍM como o seu YÁOHU ULHÍM, ainda que tivesse sido ele
quem os salvou de todos os seus inimigos ao redor. Tão pouco mostraram bondade alguma para com a
família de Gideon, apesar de tudo o que este fez por eles.

Shoftím 9

Abimeleque é feito rei

1Um dia, o filho de Gideon, Abimeleque, veio visitar os tios -os irmãos da sua mãe -em Siquem. 2"Vão
falar com os líderes de Siquem", pediu ele, "e perguntem-lhes o que preferem, se serem governados por
setenta reis -que são os filhos de Gideon -ou se por um só homem, ou seja, eu, que sou da vossa carne e
do vosso sangue. 3-6Os tios assim fizeram; foram ter com os chefes da cidade e expuseram-lhes a
proposta de Abimeleque. Decidiram então que, sendo a mãe dele uma filha da cidade, eles segui-lo-iam.
Deram-lhe dinheiro das ofertas do Templo do ídolo de Baal-Berite, e com ele contratou uns quantos
indivíduos, de baixa condição, que faziam tudo o que lhes mandava. Levou-os à casa do seu pai em Ofra, e
ali, sobre uma pedra, matou todos os seus setenta meio-irmãos, com excepção do mais novo, Yaotam, que
conseguiu escapar e esconder-se. Então os cidadãos de Siquem e os de Beth-Milo convocaram toda a
gente para se reunir sob o carvalho, junto à guarnição militar de Siquem, e ali foi Abimeleque aclamado rei
de Yaoshorúl. 7-9Quando Yaotam ouviu isto, pôs-se no cimo do monte Gerizim e gritou para a gente de
Siquem: "Se pretendem ser abençoados por YÁOHU ULHÍM, escutem-me. Um dia, as árvores decidiram
eleger um rei. Primeiro pediram à oliveira, mas ela recusou: 'Haveria eu de deixar de produzir azeite que
serve para honrar YÁOHU ULHÍM e abençoar o homem, só para me pôr aí a abanar de um lado para o
outro, sobre as outras árvores?', perguntou ela. 10-11Seguidamente foram ter com a figueira e fizeram a
mesma proposta: Queres governar-nos? Mas também ela recusou: 'Porque razão havia eu de parar de
produzir figos doces, apenas para ter a possibilidade de levantar a cabeça acima das outras árvores?'
12Então foram ter com a videira: 'Vem reger-nos!' E a resposta desta foi também assim: 13'Não vou parar
de produzir vinho, que alegra tant YÁOHU ULHÍM como os homens, só para ter poder acima das outras!'
14Então as árvores todas voltaram-se para o espinheiro: 'És tu quem será o nosso rei!' 15E o espinheiro
respondeu: 'Se realmente me querem, venham e submetam-se docilmente sob a minha sombra. Se
recusarem, que saia fogo de mim que reduza a cinzas os grandes cedros do Lebanon!' 16-20Portanto
agora, vejam bem se agiram correctamente ao fazer de Abimeleque o vosso rei, e se se estão a conduzir
honestamente para com Gideon e todos os seus descendentes. Porque o meu pai lutou por vocês e

arriscou a sua vida para vos livrar dos midianitas, e apesar disso revoltaram-se contra ele e mataram-lhe os
setenta filhos sobre uma rocha, acabando por escolher para rei o filho da sua escrava, Abimeleque, apenas
porque é vosso parente. Se têm a certeza de ter feito o que é justo para com Gideon e os seus
descendentes, então que tenham, tanto vocês como Abimeleque, uma longa vida, felizes todos juntos. Mas
caso contrário, se a vossa conduta não foi a que deveria ter sido para com Gideon, então que saia fogo de
Abimeleque e consuma os cidadãos de Siquem e de Beth-Milo. E que saia fogo destes cidadãos e
consumam Abimeleque!" 21-27Yaotam fugiu e passou a viver em Beer, com receio do seu irmão
Abimeleque. Três anos mais tarde YÁOHU ULHÍM fez despertar um conflito entre o rei Abimeleque e os
cidadãos de Siquem, os quais se revoltaram. Através dos acontecimentos que se seguiram, tanto
Abimeleque como os homens de Siquem que o ajudaram na sua carnificina contra os filhos de Gideon
foram castigados por esses assassínios. Os de Siquem armaram uma emboscada a Abimeleque, no cimo
da montanha, no caminho que por lá passa. E enquanto o esperavam, iam assaltando e roubando qualquer
pessoa que por ali passasse. No entanto alguém foi avisar Abimeleque do que estavam a urdir contra ele.
Por essa altura, Gaal, filho de Ebede, mudou-se para Siquem com os seus irmãos e tornou-se um dos
chefes da cidade. Durante a celebração das colheitas em Siquem naquele ano, realizada no Templo do
idolo local, o vinho abundou e toda a gente bebeu livremente, começando as pessoas a amaldiçoar
Abimeleque. 28-29"Quem é esse Abimeleque", gritou Gaal, "e por que é que ele havia de ser nosso rei?
Qual a razão porque havemos de ser seus servos? Ele, mais o seu amigo Zebul, é que deviam ser os
nossos servos. Morra Abimeleque! Façam-me vosso rei e verão o que em breve acontecerá a Abimeleque!
Mandar-lhe-ei um ultimato: 'Junta um exército e vem combater comigo!'" 30-33Mas quando Zebul, o
governador de Siquem, ouviu o que Gaal estava a dizer, ficou furioso. Mandou logo mensageiros ter com
Abimeleque em Aruma, dizendo-lhe: "Gaal, filho de Ebede, veio viver aqui para a cidade, acompanhado da
família, e agora está a fomentar a insurreição da população contra ti. Vem de noite com um exército e
esconde-te nos campos; pela manhã, logo que o dia desponte, cai sobre a cidade. Quando ele e os que o
acompanham vierem ao teu encontro, poderás fazer-lhes o que melhor te parecer!" 34-35E assim foi que
Abimeleque com a sua gente se chegaram de noite, se repartiram em quatro e se puseram à volta da
cidade. Pela manhã, na altura em que Gaal se punha à porta da cidade, deliberando sobre diversos
assuntos locais com os outros dirigentes, Abimeleque com os seus homens avançaram contra a cidade.
36Quando Gaal os viu, exclamou para Zebul: "Olha ali para cima, para aquela elevação! Não te parece que
é gente que vem a descer?""Não!", disse Zebul. "O que estás a ver são sombras que te parecem ser
pessoas." 37"Olha que não. Repara bem; estou certo que é gente que vem contra nós. Aliás vêm ali mais,
pelo caminho do carvalho de Meonenim!" 38Nessa altura Zebul voltou-se triunfantemente para ele e disse:
"E agora, onde é que está aquela tua fanfarronice? Onde está aquele que perguntava quem era Abimeleque
e porque razão seria ele nosso rei? As pessoas, de quem escarnecias e que amaldiçoavas, estão aí a
chegar à cidade. Vai ao encontro deles e luta!" 39-41Gaal assim fez. Levou os homens de Siquem ao
combate e bateu-se contra Abimeleque; contudo foi derrotado, tendo ficado no campo de batalha muitos
feridos de Siquem, parte dos quais iam-se deixando ficar pelo caminho de regresso até à cidade.
Abimeleque estava pois a viver nessa altura em Aruma. Zebul expulsou Gaal e os seus parentes da cidade,
não permitindo mais que ficassem a viver ali. 42-45No dia seguinte os habitantes de Siquem tentaram
novamente travar combate com os outros. No entanto alguém avisou previamente Abimeleque daquele
plano. Este dividiu os seus homens em três grupos, que se esconderam pelos campos. E quando os de
Siquem sairam ao ataque, os outros saltaram dos seus esconderijos e caíram-lhe em cima, começando a
matá-los. Abimeleque, mais os do seu grupo, correram para a entrada de Siquem para impedir que os
adversários viessem refugiar-se lá. Os outros dois grupos liquidaram-nos ali no campo. Mas a luta ainda se
prolongou pelo dia todo, antes que Abimeleque pudesse tomar conta da cidade, matasse os habitantes e a
deixasse em ruínas. 46O povo da localidade vizinha de Migdal viu o que acontecera e foi refugiar-se num
forte que havia perto do Templo de Baal-Berite. 47-49Quando Abimeleque tomou conhecimento disso,
mandou a sua gente acompanhá-lo ao monte Zalmom, onde começou a cortar e a juntar lenha e que
transportou depois aos ombros. "Façam depressa como eu", disse-lhes Abimeleque. Cada homem trouxe
assim um fardo de lenha que veio depositar junto da fortaleza, seguindo o exemplo do seu chefe, fazendo
uma pilha encostada às muralhas e pegando-lhe fogo. Dessa maneira todo o povo que lá estava no interior
acabou por morrer; eram perto dum milhar de homens e mulheres. 50-53Abimeleque, de seguida, atacou a
povoação de Tebez e capturou-a. Havia dentro da própria povoação um fortim, e a população fugiu para lá,
barricando-se no interior e subindo para o terraço para ver o que se passaria. Abimeleque preparava-se
para fazer o mesmo que aos outros e matá-los pelo fogo; mas uma mulher lançou lá de cima uma mó sobre
ele que lhe esmagou o crânio. 54Ainda com vida pôde gritar: "Mata-me!", exclamou para o seu moço de
armas. "Que não se venha a dizer que foi uma mulher quem matou Abimeleque!" Por isso o moço o
trespassou com a espada e ele morreu. 55Quando a sua gente o viu morto, resolveram todos voltar para as
suas casas. 56-57Assim YÁOHU ULHÍM castigou tanto Abimeleque como os habitantes de Siquem por
causa do assassínio dos filhos de Gideon, que eram setenta. Desse forma se cumpriu a maldição de
Yaotam, o filho de Gideon.

Shoftím 10

Tola

1-2Após a morte de Abimeleque, o juiz seguinte que chefiou Yaoshorúl foi Tola, filho de Puva e neto de
Dodo da tribo de Ishochar, mas que vivia na cidade de Samir, nas colinas de Efroím. Foi juiz de Yaoshorúl
durante vinte e três anos. Quando morreu foi enterrado em Samir.

Yao-éyr

3-5Sucedeu-lhe Yao-éyr, um homem de Gaúliod, que julgou Yaoshorúl por vinte e dois anos. Os seus trinta
filhos deslocavam-se sempre montados sobre jumentos; cada um deles governava uma cidade na terra de
Gaúliod, e que ainda são conhecidas por cidades de Yao-éyr. Quando morreu, Yao-éyr foi enterrado em
Camom.

Yaptákh

6-10O povo de Yaoshorúl voltou a afastar-se de YÁOHU UL e a adorar os falsos criadores o estatuas dos
pagãos, Baal e Astarote, assim como os falsos criadores o estatuas de Syria, de Sidom, de Moabe, de
Amom e da Filístia. E não contentes, puseram ainda de lado o culto a YÁOHU ULHÍM, o qual ficou irado
contra o seu povo; pelo que imediatamente permitiu aos Palestinos e aos amonitas que começassem a
atormentá-los. Estes ataques tiveram lugar não só a oriente do rio Yardayán, na terra dos amorreus, ou seja
em Gaúliod, mas também em YAOHÚ-dah, em Benyamín e Efroím, pois que os amonitas não tinham
dúvidas em atravessar o Yardayán para assediar os Yaoshorulítas. E esta situação prolongou-se por
dezoito anos. Até que os Yaoshorulítas se voltaram para YÁOHU ULHÍM novamente e imploraram-lhe que
os salvasse. "Pecámos contra ti; esquecemo-nos de ti como nosso YÁOHU ULHÍM e adorámos ídolos",
confessaram. 11-14Mas YÁOHU ULHÍM respondeu-lhes: "Não fui eu mesmo quem vos salvou dos egípcios,
dos amorreus, dos amonitas, dos Palestinos, dos sidónios, dos amalequitas e dos amonitas? Houve
porventura alguma vez em que vocês tenham clamado a mim e eu vos não tenha livrado? Mesmo assim
continuam a pôr-me de lado e a adorar outros falsos criadores o estatuas. Por isso agora continuem como
estão; vão-se embora, pois não vos salvarei mais. Vão dirigir preces a esses novos falsos criadores o
estatuas que arranjaram. Que eles vos salvem agora dessa vossa angústia." 15Mas continuaram a insistir e
a implorar: "Sim, nós sabemos que pecámos. Castiga-nos como melhor entenderes, mas em todo o caso
salva-nos uma vez mais dos nossos inimigos!" 16Então destruíram os falsos criadores o estatuas estranhos
que tinham, e passaram a adorar somente YÁOHU ULHÍM, o qual ficou sensibilizado perante a miséria
deles. 17Os batalhões dos amonitas tinham sido mobilizados e reunidos em Gaúliod, preparando-se para
um ataque ao exército de Yaoshorúl em Mizpá. 18"Quem vai comandar as nossas tropas contra os
amonitas?", perguntavam-se uns aos outros os chefes de Gaúliod. "Quem se apresentar voluntariamente
será o nosso rei."

Shoftím 11

1-2Acontecia que Yaptákh era um valente soldado da terra de Gaúliod, mas a mãe era uma meretriz. O pai,
que se chamava Gaúliod, tinha várias filhos da legítima mulher. Quando se tornaram crescidos, estes meio-
irmãos de Yaptákh expulsaram-no da região: "És filho duma prostituta! Não herdarás nada do nosso pai."
3Por isso Yaptákh fugiu dali e passou a viver na terra de Tobe. Em breve juntou à sua volta toda uma banda
de gente marginal que passou a movimentar-se com ele. 4-7Foi por esse tempo que os amonitas iniciaram
a guerra contra Yaoshorúl. Os líderes de Gaúliod decidiram ir buscar Yaptákh, pedindo-lhe que viesse
comandar as forças militares contra os amonitas. No entanto Yaptákh respondeu-lhes: "Por que é que me
mandam buscar se me odeiam e me expulsaram da casa do meu pai? Agora que estão em dificuldades é
que vêm à minha procura?" 8"É porque precisamos de ti", replicaram-lhe. "Se aceitares ser o nosso
comandante contra os amonitas, fazemos-te rei de Gaúliod." 9"Como é isso!", exclamou Yaptákh. "Vocês
estão a contar que eu acredite numa coisa dessas?" 10"Mas nós juramos-te que será assim. Prometemos-
te isso sob solene juramento." 11-13Yaptákh aceitou a proposta e foi feito comandante chefe. Esse contrato
foi ratificado perante YÁOHU ULHÍM em Mizpa, numa assembleia geral a que assistiu todo o povo. Então
Yaptákh enviou mensageiros ao rei de Amom, inquirindo das razões porque Yaoshorúl estava a ser
atacado. E a resposta que deram é que aquela terra pertencia ao povo de Amom; tinha-lhes sido roubada disse o rei amonita -quando os Yaoshorulítas vieram do Egipto. Todo aquele território, desde o rio Arnom
até Yaboque e até ao Yardayán, era seu - clamou ele. "Devolvam-nos a nossa terra pacificamente", pediu o
rei amonita. 14-22Yaptákh respondeu-lhe: "Yaoshorúl não roubou nada. O que aconteceu foi isto: Quando o
povo Yaoshorulíta chegou a Cades, vindo do Egipto, depois de ter atravessado o Mar Vermelho, foi enviada
uma mensagem ao rei de Edom pedindo-lhe licença para atravessar o seu território. Mas ele recusou
autorização. Então pediram licença semelhante ao rei de Moabe. E aconteceu o mesmo com este. Por isso
o povo de Yaoshorúl teve de ficar em Cades. Finalmente resolveram rodear Edom e Moabe, através do
deserto, viajando ao longo da fronteira oriental deles, chegando enfim ao rio Arnom, para além dos limites
de Moabe. Mas nunca chegaram a atravessar Moabe. Então Yaoshorúl enviou mensageiros ao rei Siom dos
amorreus, que vivia em Hesbom, e pediu-lhe autorização para atravessar a sua terra a fim de atingirem o
seu destino. No entanto o rei Siom não confiou em Yaoshorúl, antes mandou mobilizar um exército, fê-lo
concentrar-se em Yaza e atacou-os. YÁOHU ULHÍM, nosso Criador Eterno ajudou Yaoshorúl a derrotar o
rei Siom e todo o seu povo. Foi por essa razão que Yaoshorúl se apoderou da terra que vai do rio Arnom até Yaboque, e do deserto até ao rio Yardayán. 23-27Como vês, foi YÁOHU ULHÍM o Criador Eterno de
Yaoshorúl quem tirou esse território aos amorreus e o deu a Yaoshorúl. Porque é que havíamos então de
vos devolver isso? Vocês guardam bem tudo o que o vosso idolo Quemós vos dá, e nós guardaremos tudo
o que YÁOHU ULHÍM o nosso YÁOHU ULHÍM nos dá! Além disso, quem pensam vocês que são? Julgam-
se melhores do que o rei Balaque de Moabe? Tentou ele recuperar a terra que Yaoshorúl lhe conquistou,
depois de o derrotar? Sabem bem que não. E agora, ao fim de trezentos anos vêm levantar um conflito por
causa disto! Yaoshorúl tem vivido aqui, espalhou-se por toda a terra, desde Hesbom até Aroer e ao longo de todo o rio Arnom. Porque não fizeram anteriormente uma tentativa para retomarem aquilo que reclamam? Não, não somos nós que estamos em falta contra vocês. São antes vocês que nos hostilizaram, declarando- nos guerra. Mas em breve YÁOHU ULHÍM, o supremo juiz, revelará quem de nós está na razão –se Yaoshorúl, se Amom." 28O rei de Amom nem sequer ligou à mensagem de Yaptákh. 29Foi então que o RÚKHA de YÁOHU UL veio sobre Yaptákh, e conduziu o seu exército através de Gaúliod e de Menashé, ainda para além de Mizpa em Gaúliod, e atacou o exército de Amom. 30-31Entretanto Yaptákh tinha formulado uma promessa que era: se YÁOHU ULHÍM ajudasse Yaoshorúl a vencer os amonitas, então quando voltasse para casa qualquer pessoa que lhe saísse ao encontro seria sacrificada a YÁOHU ULHÍM como holocausto. 32-33Yaptákh levou os seus soldados contra os amonitas e YÁOHU ULHÍM deu-lhe a vitória, tendo-os liquidado com uma terrível matança por todo o caminho desde Aroer até Minite, incluindo vinte povoações que foram destruídas nessa zona que atingiu mesmo a campina das Vinhas. Desta forma os amonitas ficaram subjugados ao povo de Yaoshorúl. 34-35Quando Yaptákh regressou a casa, a sua filha -e ele não tinha outro filho -veio a correr ao seu encontro, tocando uma pandeireta e dançando de alegria. Mas ele, quando a viu, rasgou as vestes que trazia, em sinal de profunda angústia. "Oy, minha filha!", gritou. "Deste cabo de mim agora! Porque fiz um voto a YÁOHU ULHÍM e não posso voltar atrás." 36-37Ela respondeu. " YÁOHU ABí, deves fazer conforme tudo o que prometeste a YÁOHU ULHÍM porque ele deu-te uma grande vitória sobre os inimigos, os amonitas. Mas deixa-me ir para as colinas e andar por lá durante dois meses com as minhas amigas, chorando o facto de nunca mais casar." 38-40"Pois sim, vai." E foi o que ela fez, lamentando assim o seu destino, na companhia das companheiras, pelo espaço de dois meses. Após o que regressou junto do pai, o qual fez conforme o seu voto. Ela nunca mais casou. Foi na sequência disso que se tornou um costume em Yaoshorúl que as raparigas vão por quatro dias em cada ano lamentar o destino da filha de Yaptákh.

Shoftím 12

Efroím contra Yaptákh

1Então a tribo de Efroím mobilizou a sua tropa, reuniu-a em Zafom e mandou uma nota a Yaptákh: "Porque
é que não nos chamaste para te ajudarmos quando foste combater contra os amonitas? Por isso agora
vamos queimar-te a casa, contigo dentro!" 2-3"Eu convoquei-vos, mas vocês é que recusaram vir!",
retorquiu Yaptákh. "Foram vocês quem recusou vir ajudar-nos quando precisávamos, e por essa razão pus
a minha vida em risco indo combater sem vocês, e YÁOHU ULHÍM ajudou-me a derrotar os adversários. Há
alguma justificação para que agora venham contra mim?" 4-6Então Yaptákh, furioso também pelo facto de
Efroím ter insultado a ente de Gaúliod, considerando-os como meros marginais, mobilizou os seus homens
e atacou a tropa de Efroím. Ocupou os baixios do Yardayán na retaguarda deles e quando um fugitivo de
Efroím tentava escapar através do rio, a sentinela de Gaúliod perguntavam-lhe: "És membro da tribo de
Efroím?" Se respondia que não, então mandavam-lhe dizer a palavra "Chibolete". Se ele dizia "Sibolete",
porque não era capaz de a pronunciar correctamente, pegavam nele e matavam-no. Ao todo morreram
quarenta e duas mil pessoas de Efroím nessa ocasião. 7Yaptákh foi juiz em Yaoshorúl durante seis anos.
Quando morreu enterraram-no numa das cidades de Gaúliod.

Ibzã, Elom e Abdom


8-10O juiz seguinte chamavam-se Ibzã, o qual vivia em Beth-Lékhem. Tinha sessenta filhos, trinta rapazes e
trinta meninas. As raparigas, casou-as fora do seu clã; e trouxe trinta moças para casar com os filhos.
Chefiou Yaoshorúl por sete anos. Na sua morte foi enterrado em Beth-Lékhem. 11-12Depois seguiu-se-lhe
Elom, de Zabulón. Governou Yaoshorúl por dez anos e está enterrado em Ayalon, na terra de Zabulón. 1315Sudeceu-
lhe Abdom, filho de Hilel de Piratom. Tinha quarenta filhos e trinta netos que se deslocavam
montados em setenta jumentos. Foi juiz em Yaoshorúl por oito anos. Está sepultado em Piratom em Efroím,
nas colinas dos amalequitas.

Shoftím 13

O nascimento de Shamshón

1Mas Yaoshorúl mais uma vez pecou, pondo-se a adorar falsos criadores o estatuas estranhos. Por isso
YÁOHU ULHÍM permitiu que fossem derrotados pelos Palestinos, que sujeitaram o povo por quarenta anos.
2-5Um dia o anjo de YÁOHU UL apareceu à mulher de Manoá, um homem da tribo de Dayán, que vivia na
cidade de Zora. Ela não tinha filhos mas YÁOHU ULHÍM disse-lhe: "Ainda que tenhas sido estéril durante
tanto tempo, em breve conceberás e terás um filho. Não bebas vinho nem outra bebida alcoólica qualquer,
nem comida alguma que não seja ritualmente pura. O cabelo do teu filho nunca deverá ser cortado, pois que
será um nazireu de YÁOHU ULHÍM, mesmo logo desde o nascimento; será ele quem começará a salvar
Yaoshorúl dos Palestinos." 6-7A mulher correu a contar isto ao marido: "Um homem de YÁOHU ULHÍM
apareceu-me; penso que deverá ter sido um anjo de YÁOHU UL, porque tinha uma aparência gloriosa e
ofuscante. Eu nem lhe perguntei donde é que ele era e ele também não me disse sequer como se chamava,
mas afirmou-me o seguinte: 'Vais ter um filho rapaz!'Mandou que não bebesse vinho nem qualquer outra
bebida alcoólica, e que não comesse nada que fosse impuro, porque o rapaz que hei-de dar à luz será
nazireu -dedicado a YÁOHU ULHÍM desde o seu nascimento até morrer!" 8Então Manoá orou assim: "Ó
YÁOHU ULHÍM, peço-te que o homem de YÁOHU ULHÍM venha de novo ter connosco e nos dê mais
instruções quanto ao filho que nos vais dar." 9-10 YÁOHU ULHÍM respondeu à sua oração e o anjo
apareceu novamente à mulher quando estava sentada no campo. Ao ver que estava novamente sozinha,
sem o marido, foi chamá-lo a correr: "Está ali outra vez o mesmo homem!" 11Manoá acompanhou-a até
junto do anjo e perguntou-lhe: "És aquele que falou com a minha mulher no outro dia?""Sim, sou eu."
12"Podes então dar-nos mais algumas instruções acerca de como haveremos de criar o bebé depois dele
nascer?", perguntou Manoá. 13-14O anjo de YÁOHU UL respondeu: "Tem muito cuidado em que a tua
mulher siga as instruções que lhe dei. Ela não deve comer produto da vinha, nem beber vinho ou outra
bebida alcoólica, nem tão pouco ingerir alimentos não puros." 15Manoá então disse para o anjo: "Por favor,
fica aqui até que te possamos trazer qualquer coisa para comer." 16-17"Pois sim, ficarei. Mas não comerei
nada. Se desejam trazer alguma coisa, tragam um sacrifício a YÁOHU ULHÍM." Manoá não se dava conta
de que estava a falar com o anjo de YÁOHU UL. Então perguntou-lhe como se chamava: "Depois disso
acontecer e do bebé nascer, queremos dizer a toda a gente que foste tu quem o predisse!" 18"Não me
perguntes sequer pelo meu Shúam (Nome). É um nome misterioso." 19-21Então Manoá pegou num cabrito,
numa oferta de cereais e apresentou-a a YÁOHU ULHÍM como sacrifício. O anjo nessa altura fez algo de
maravilhoso, porque ao mesmo tempo que as chamas se iam erguendo para o ar sob os olhos de Manoá e
da sua mulher, ergueu-se com as chamas até ao céu! Manoá e a mulher caíram com os rostos em terra e
foi essa a última vez que o viram. Manoá deu-se finalmente conta de que se tratava verdadeiramente do
anjo de YÁOHU UL. 22"Vamos morrer", Manoá exclamou para a mulher, "pois que vimos YÁOHU ULHÍM!"
23"Se YÁOHU ULHÍM nos quisesse matar", disse-lhe ela, "não teria aceitado as nossas ofertas nem nos
teria aparecido, dizendo-nos assim estas coisas maravilhosas e fazendo estes milagres." 24-25Quando lhes
nasceu o menino puseram-lhe o nome de Shamshón, e YÁOHU ULHÍM abençoava-o à medida que ia
crescendo. O RÚKHA de YÁOHU UL começou a manifestar-se regularmente na sua vida, sempre que
visitava os campos das tropas de Dayán, entre as cidades de Zora e de Estaol.

Shoftím 14


O casamento de Shamshón

1-2Um dia em que Shamshón se encontrava em Timna, reparou numa rapariga Palestina, e quando veio
para casa disse ao pai e à mãe que queria casar com ela. 3Eles opuseram-se firmemente: "Porque é que
não casas com uma rapariga judia? Porque hás-de ir buscar uma moça desses Palestinos pagãos? Será
que não há entre todo o povo de Yaoshorúl uma rapariga que te agrade e com quem possas casar?"Mas
Shamshón disse ao pai: "Só ela é que eu quero. Peçam-na para mim." 4O pai e a mãe não percebiam que
era YÁOHU ULHÍM que estava por detrás deste pedido; era YÁOHU ULHÍM preparando como que uma
armadilha aos Palestinos que nessa altura dominavam Yaoshorúl. 5-7Quando Shamshón mais os pais iam
a caminho de Timna, um leão ainda novo atacou Shamshón, saltando sobre ele das vinhas, já perto da
cidade. O RÚKHA de YÁOHU UL apoderou-se fortemente dele e mesmo sem ter nada nas mãos abriu-lhe
as mandíbulas e fendeu-o, como se se tratasse dum cabritinho! Contudo nada disse aos pais do que
acontecera. Ao chegarem a Timna, foi falar com a moça e viu que lhe agradava muito; por isso logo
trataram do casamento. 8-9Quando voltou mais tarde para as bodas, desviou-se do caminho para ver o que
tinha sido feito do corpo do leão morto. Lá estava a carcaça do animal, mas havia um enxame de abelhas à
volta e aquilo estava cheio de mel! Tirou um pouco do mel para levar consigo e ir comendo enquanto
caminhava, e deu também a comer ao pai e à mãe. Mas não lhes disse onde o tinha obtido. 10-13Enquanto

o pai estava a fazer os últimos arranjos para o casamento, Shamshón fez uma celebração para a qual
convidou trinta jovens da cidade, como era costume fazer. Shamshón perguntou-lhes a certa altura se
queriam ouvir uma adivinha, ao que eles anuiram: "Se forem capazes de dar resposta à minha adivinha
durante os sete dias desta celebração, dar-vos-ei trinta lençóis e trinta fatos. Caso contrário, se não
conseguirem encontrar a resposta, serão vocês a dar-me a mesma coisa!""Está certo! Venha de lá a
adivinha." 14Era pois este o enigma que lhes apresentou: "Saiu comida do comedor, e doçura da fera". Três
dias mais tarde ainda eles estavam à procura de resposta à adivinha. 15No quarto dia disseram à noiva: "Vê
lá se consegues que Shamshón diga a resposta, porque se não, lançamos fogo à tua casa contigo dentro.
Ou teremos sido nós convidados a esta celebração para ficarmos a mendigar?" 16Então a rapariga
começou a debulhar-se em lágrimas à frente dele dizendo: "Tu não gostas de mim. Tu odeias-me, porque
disseste uma adivinha ao meu povo e não me dás a conhecer a mim a resposta!""Mas é que eu não disse a
solução nem sequer aos meus pais; porque é que ta diria a ti?", disse-lhe ele. 17-18Ela continuou a chorar
sempre que estava com ele e continuou naquilo o resto dos dias da celebração. Por fim, no sétimo dia ele
cedeu em dizer-lhe o que era a adivinha, e ela foi logo dizê-lo aos outros jovens. Antes que o sol se pusesse
nesse último dia, eles deram a resposta a Shamshón. "Que há mais doce que o mel, e mais feroz que um
leão?""Se vocês não tivessem andado a lavrar com a minha novilha, não teriam sido capazes de encontrar
resposta!", retorquiu. 19-20Então o RÚKHA de YÁOHU UL veio sobre ele, foi à cidade de Áshkelon, matou
trinta homens, pegou na roupa deles e trouxe-a aos rapazes que tinham sabido dar solução à adivinha. No
entanto ficou furioso com o que se passou e voltou para casa, continuando a viver com o pai e com a mãe.
A mulher acabou por casar com o rapaz que tinha servido de chefe de celebração na boda.

Shoftím 15

A vingança de Shamshón sobre os Palestinos

1Mais tarde, durante a ceifa do trigo, Shamshón trouxe um cabrito, ainda novo, como presente para a
mulher de Timna, com a intenção de passar a noite com ela. Mas o pai da rapariga não o deixou entrar.
2"Eu pensei que certamente a odiavas", explicou-lhe, "por isso casei-a com o teu companheiro, que tinha
servido de chefe de celebração. Mas repara, a irmã dela é mais nova e mais bonita. Casa antes com ela."
3Shamshón ficou furioso: "Se assim é, não me poderão censurar pelo que venha a fazer!" 4-5Então retirou-
se, apanhou trezentas raposas, atou-lhes as caudas duas a duas e prendeu-lhes uma tocha. Depois pegou
fogo às tochas e largou as raposas nos campos dos Palestinos, o que fez incendiar-se todo o trigo, mais os
molhos já atados, assim como as vinhas e os olivais. 6"Quem foi que fez isto?", perguntavam os
Palestinos."Foi Shamshón", era a resposta, "por causa do sogro ter dado a mulher a outro." Então os
Palestinos pegaram fogo à casa da rapariga que morreu, ela e o pai. 7"Pois agora vou vingar-me de
vocês!", prometeu Shamshón. 8Então caiu sobre eles com fúria e matou grande número deles. Após o que
foi viver numa gruta na rocha de Etã. 9Pelo seu lado os Palestinos enviaram uma vasta companhia de
soldados contra YAOHÚ-dah e atacaram Lai. 10"Porque é que estão a atacar-nos", perguntou a população
de YAOHÚ-dah os Palestinos responderam: "Pretendemos capturar Shamshón e fazer-lhe tanto como nos
fez a nós." 11Dessa forma foram mandados três mil homens de YAOHÚ-dah para apanhar Shamshón na
rocha de Etã. "Tu não vês como nos estás a prejudicar?", perguntaram-lhe. "Não te dás conta de que são os
Palestinos quem nos dominam?"Mas Shamshón replicou-lhes: "Eu apenas me vinguei daquilo que me
fizeram." 12-14"Pois então nós viemos capturar-te e entregar-te aos Palestinos.""Está bem, mas prometam-
me antes que vocês não me matarão.""Com certeza que não te faremos uma coisa dessas."Então
amarraram-no com duas cordas novas e mandaram-no seguir à frente deles. Quando chegaram a Lai, os
Palestinos gritaram de contentamento; mas nessa altura a força de YÁOHU UL apoderou-se de Shamshón
e rompeu com as cordas que o amarravam, que lhe caíram dos pulsos como se fossem simples fios de linho
já queimados pelo fogo! 15Pegou então na queixada dum jumento que ali estava pelo chão e matou com ela
um milhar de Palestinos. 16-17Shamshón, na sua alegria, fez o seguinte poema:
"Eles vão caindo uns sobre os outros, aos montões!"Tudo com uma queixada de jumento! Matei mil
homens,"tudo com uma queixada de jumento!"

E aquele lugar até ficou conhecido como o alto da Queixada. 18Depois, estando com muita sede, orou a
YÁOHU ULHÍM: "Deste a Yaoshorúl uma vitória tão grande por meu intermédio hoje! Será que irei agora
morrer de sede e ficar à mercê destes pagãos?" 19Então YÁOHU ULHÍM fez sair água duma rocha.
Shamshón bebeu e ficou com as forças renovadas. Em consequência passou a chamar àquele lugar a
Fonte daquele que Ora. Essa fonte ainda lá está hoje. 20Shamshón foi juiz de Yaoshorúl durante
aproximadamente vinte anos. Mas os Palestinos ainda controlavam a terra.

Shoftím 16

Shamshón e Delilah

1Um dia Shamshón foi a Gaza, cidade dos Palestinos, e passou a noite em casa de uma meretriz.
2Depressa correu a notícia de que fora visto na cidade. As autoridades foram alertadas e muita gente
decidiu ficar de noite espiando as saídas da cidade, a fim de o capturar quando tentasse escapar. "Pela
manhã", pensaram eles, "quando houver a luz do dia, havemos de o encontrar e podemos matá-lo."
3Quando era meia-noite, Shamshón levantou-se, veio para a rua, dirigiu-se à saída da cidade, pegou nos
portões juntamente com as ombreiras mais a tranca, levantou-os do chão, pô-los aos ombros e levou-os até
ao cimo da elevação que está defronte de Hebron. 4-5Mais tarde apaixonou-se por uma rapariga chamada
Delilah, lá para os lados do vale de Soreque. Os cinco chefes dos Palestinos foram pessoalmente ter com
ela, pedindo que procurasse descobrir o que é que fazia de Shamshón um homem tão forte, para que
soubessem como vencê-lo, subjugá-lo e prendê-lo. "Damos-te cada um de nós mil e cem moedas de prata
por esse serviço", prometeram. 6Então Delilah começou a pedir a Shamshón que lhe dissesse o segredo da
sua força. "Por favor, Shamshón, diz-me a razão porque és tão forte. Acho que ninguém seria capaz de te
capturar!" 7"Olha", disse-lhe ele, "se me atarem com sete vergas de vimes frescos, tornar-me-ia tão fraco
como qualquer pessoa." 8Então trouxeram-lhe as sete vergas, e enquanto dormia ela atou-o com aquilo.
9Uns quantos homens esconderam-se no quarto contíguo, e após o ter atado, ela gritou: "Shamshón! Estão
aqui os Palestinos para te atacarem!" Ele partiu as vergas como se fosse fio de estopa sobre fogo. E
continuaram a ignorar o segredo da sua força. 10Delilah insistiu: "Estiveste a fazer pouco de mim! Mentiste-
me! Shamshón, diz-me, peço-te, como é que te podem capturar." 11"Pois bem, se eu for atado com cordas
novas, que nunca tenham sido usadas, serei tão fraco como qualquer outra pessoa." 12Então novamente,
enquanto dormia, Delilah atou-o com cordas novas. Os homens estavam no quarto ao lado como da outra
vez. E Delilah gritou: "Shamshón! Os Palestinos vêm aí para te atacar!" Ele logo quebrou as cordas como
meros fios. 13"Tens estado todo este tempo a rires-te de mim, e a mentires-me! Diz-me lá, Shamshón,
como é que realmente te podem prender.""Escuta, se teceres os meus cabelos no teu tear..." 14Enquanto
ele dormia, ela fez isso e gritou-lhe: "Estão aí os Palestinos, Shamshón!" Ele despertou, arrancou o cabelo
que estava preso, partindo o tear. 15"Como podes tu dizer que me amas, se não fazes confiança em mim?"
disse ela. "Já por três vezes que fazes pouco de mim, e ainda não me disseste onde está o teu segredo da
tua força!" 16-17E dia após dia ela insistia de tal forma que, não podendo aguentar aquilo mais tempo, ele
lhe disse o seu segredo."O meu cabelo nunca foi cortado", confessou, "porque tenho sido um nazireu de
YÁOHU ULHÍM, desde o meu nascimento. Se o meu cabelo fosse cortado, perderia a força e tornar-me-ia
igual a qualquer outro." 18-20Delilah viu bem que desta vez ele lhe dizia a verdade, por isso mandou
chamar os chefes dos Palestinos: "Venham já, só mais esta vez, porque agora é que me disse tudo." Os
outros vieram, trouxeram logo o dinheiro; ela fê-lo adormecer com a cabeça no seu colo; disseram a um
barbeiro para vir cortar-lhe o cabelo. Delilah começou então a bater-lhe, mas via-se logo que já não possuia
a força que tinha antes. Ela gritou: "Chegaram os Palestinos que vêm para te capturar, Shamshón!"Ele
acordou e pensou consigo: "Bom, farei como antes; basta-me um pouco de força e fico livre." Mas ainda não
tinha constatado que YÁOHU ULHÍM o deixara. 21Então os Palestinos amarraram-no, esvaziaram-lhe os
olhos, levaram-no para Gaza, onde o prenderam com duplas cadeias de bronze e o faziam mover uma mó
para grãos, na prisão. 22Mas ao cabo de algum tempo, o cabelo começou a crescer-lhe novamente.

A morte de Shamshón

23-26Os chefes Palestinos organizaram uma grande celebração para celebrar a captura de Shamshón. O
povo fez sacrifícios ao seu idolo Dagom e louvavam-no: "O nosso idolo entregou-nos o nosso inimigo,
Shamshón!", diziam eles com satisfação, olhando para ele na prisão. "O flagelo da nossa nação, que matou
tantos de nós, está agora em nosso poder. A certa altura, aquela gente, excitada, pediu: "Tragam cá para
fora Shamshón, para que possamos rir como a sua figura!"Ele foi tirado da cela e puseram-no no Templo,
entre os pilares que suportavam o tecto. Shamshón disse para o rapaz que o levava pela mão: "Deixa-me
apalpar e ver onde estão as colunas, para que descanse um pouco contra elas." 27Naquela altura o Templo
estava repleto de gente. Lá estavam igualmente os cinco reis dos Palestinos. Só no terraço havia algumas
três mil pessoas, pretendendo ver Shamshón com os seus próprios olhos, a fazer palhaçadas diante deles.
28Então Shamshón orou a YÁOHU ULHÍM assim: "Ó YÁOHU ULHÍM o Criador Eterno, lembra-te de mim
mais uma vez, dá-me novamente força, para que possa fazer estes Palestinos pagarem-me a perda dos
meus olhos." 29Shamshón abraçou as colunas e aplicou nelas toda a sua força. 30"Que eu morra com os
Palestinos", foi a sua última frase. O Templo ruiu, soterrando o povo todo, incluindo os cinco chefes deles.
Os que matou só naquela ocasião, na sua própria morte, foram mais do que os que matou em toda a vida.
31Mais tarde os irmãos e outros parentes vieram buscar o corpo e foram-no enterrar entre Zora e Estaol,
onde o pai, Manoá, também estava sepultado. Tinha sido juiz em Yaoshorúl por vinte anos.

Shoftím 17

Os ídolos do Mica

1Nas colinas de Efroím vivia um homem chamado Mica. 2Um dia ele disse para a mãe: "Aquelas mil e cem
moedas de prata que julgas terem-te roubado, tendo amaldiçoado o ladrão, fui eu quem as tirou!""Que
YÁOHU ULHÍM te abençoe por teres confessado tal coisa." 3E assim lhe devolveu o dinheiro. "Eu quero dar
este dinheiro a YÁOHU ULHÍM, para que seja contado a teu favor", declarou ela. "Vou mandar esculpir uma
imagem e cobri-la de prata." 4-6A mãe pegou então em duzentas das moedas, levou-as a um ourives, que
lhes fez um ídolo e que ela colocou num nicho em casa. Mica já tinha uma colecção de ídolos, além de um
éfode e de alguns terafins, e designou um dos seus próprios filhos como intermediário. (Porque nesses dias
Yaoshorúl não tinha rei, de tal forma que cada qual fazia o que melhor parecia aos seus olhos.) 78Entretanto
houve um levita da cidade de Beth-Lékhem em YAOHÚ-dah que chegou àquela região de
Efroím, procurando um lugar onde se instalasse para viver. Aconteceu passar ali pela casa de Mica.
9"Donde vens?", perguntou-lhe Mica."Sou levita, de Beth-Lékhem em YAOHÚ-dah, e procuro lugar para
viver." 10-12"Fica aqui comigo. Serás o meu intermediário e conselheiro. Dou-te cento e dez gramas de
prata por ano, mais roupa para te vestires e alimentação, além de um quarto." O jovem aceitou e ficou a
viver com Mica. Este consagrou-o como seu intermediário pessoal. 13"Agora tenho a certeza de que
YÁOHU ULHÍM me abençoará", exclamou Mica, "porque tenho levita como intermediário!"

Shoftím 18

A tribo de Dayán estabelece-se em Laís

1Não havia rei em Yaoshorúl, nesse tempo. A tribo de Dayán estava ainda a tentar achar um território para
se estabelecer, visto que até à data não tinham expulso as gentes que viviam na terra que lhes tinha sido
consignada. 2Os homens de Dayán escolheram então cinco valentes soldados das cidades de Zora e de
Estaol, para, escondidamente, irem observar a terra onde pensavam estabelecer-se. Chegados às colinas
de Efroím ficaram na casa de Mica. 3Reparando no sotaque da fala do jovem levita, tomaram-no à parte e
perguntaram-lhe: "Que estás a fazer aqui? Porque é que vieste para cá?" 4Ele contou-lhes o contracto que
tinha feito com Mica e que era presentemente o seu intermediário pessoal. 5"Então", disseram-lhe eles,
"pergunta a YÁOHU ULHÍM se a nossa incursão será bem sucedida." 6"Sim, tudo correrá bem. YÁOHU
ULHÍM está a tomar conta de vocês." 7-8E assim os cinco homens continuaram até à cidade de Laís; ali
repararam como toda a gente se sentia segura, confiante. Viviam à maneira dos fenícios; era um povo
próspero, pacífico, e nem sequer estava preparado para a eventualidade de algum ataque do exterior, pois
que naquela área não havia gente bastante forte para o tentar. Estavam a grande distância dos sidónios,
com quem se aparentavam ainda, e tinham pouco ou nenhum contacto com as povoações vizinhas. Daí os
espias voltaram para os seus, em Zora e em Estaol."Então, o que é que têm a contar-nos", perguntaramlhes
os outros. "O que foi que encontraram?" 9-10"Devemos atacar! Vimos uma terra que é perfeitamente o
que nos convémo- espaçosa, fértil, um território formidável, um verdadeiro paraíso. O povo nem sequer está
preparado para se defender! Vamos, despachem-se! É YÁOHU ULHÍM quem já nos deu esta terra!"
11Dessa forma, seiscentos homens armados da tribo de Dayán partiram de Zora e de Estaol. 1213Acamparam
primeiro num lugar a ocidente de Kiryat-Yearim em YAOHÚ-dah (que ainda se chama hoje
Campo de Dayán), e continuaram depois até às colinas de Efroím. 14Ao passarem pela casa de Mica, os
tais cinco soldados disseram aos outros: "Há ali um Templo, com um éfode, alguns terafins e muitos ídolos
de prata. Não devemos deixar de lá ir!" 15-17Foi o que fizeram. Dirigiram-se à casa e, com os soldados do
lado de fora, saudaram o jovem intermediário. Depois os cinco espias foram lá dentro, ao Templo, e
começaram a pegar nos ídolos, no éfode e nos terafins. 18"Mas o que é que estão a fazer?", perguntou o
intermediário, quando viu que levavam tudo com eles. 19"Sossega, vem connosco. Serás intermediário de
nós todos. Não é muito melhor para ti seres intermediário de toda uma tribo do que só de um homem, numa
casa particular?" 20-21O moço intermediário, muito satisfeito com a ideia, acomodou tudo, o éfode, os
terafins e os ídolos. Assim retomaram o caminho, colocando as crianças, o gado e os seus haveres à frente
da coluna. 22-23Quando já se encontravam a uma distância razoável da casa de Mica, viram este, mais uns
vizinhos, correndo atrás deles, gritando-lhes que parassem."O que pretendes tu, vindo assim a correr atrás
da gente?", perguntaram os de Dayán. 24"Então vocês ainda me perguntam o que é que eu pretendo
depois de me levarem todos os meus falsos criadores o estatuas, o meu intermediário e sem me deixarem
nada!" 25"Tu tem mas é cuidado com a maneira como falas. Pode alguém com ânimo exaltado atirar-se a ti
e matar-te." 26Os homens de Dayán continuaram o seu caminho. Quanto a Mica, ao constatar que não se
podia haver com eles, pois que eram muito numerosos, voltou para casa. 27-29Os outros, na posse dos
ídolos de Mica e do intermediário, lá chegaram à cidade de Laís, que nem sequer tinha guardas; por isso foi
só entrar e começar a matança do povo, acabando por incendiar a cidade, deixando-a em ruínas. Não
houve ninguém que pudesse auxiliar aqueles habitantes, pois estavam muito longe de Sidom e não tinham
aliados na vizinhança, pois não se relacionavam com ninguém. Isso aconteceu num vale perto de Beth-
Reobe. O povo de Dayán reconstruiu depois a cidade e ficou a viver ali. A localidade passou a chamar-se
Dayán, o nome do pai da tribo, filho de Yaoshorúl. No entanto (como já foi referido) antes chamava-se Laís.
30Então instalaram os ídolos e designaram Yaonaokhán, filho de Gerson e neto de Mehushúa, mais os
seus filhos, para serem intermediários. Esta família manteve-se como intermediários até à altura em que a
cidade foi conquistada pelos seus inimigos. 31Portanto os ídolos de Mica foram adorados pela tribo de
Dayán todo o tempo que o tabernáculo permanceu em Sheló.

Shoftím 19

O levita e a sua concubina

1Nesse tempo, em que ainda não havia rei em Yaoshorúl, havia um homem da tribo de Leví, vivendo num
extremo da região das colinas de Efroím, que trouxe para sua casa uma rapariga de Beth-Lékhem para ficar
a viver com ele como concubina. 2-3Porém a certa altura ela abandonou-o por outro e regressou para casa
do pai, em Beth-Lékhem, lá ficando por uns quatro meses. O marido pegou num criado e preparou-se para
ir a Beth-Lékhem; aparelhou também mais um jumento, que levou sem ninguém. O seu intuito era trazer a
rapariga para casa de volta. Quando chegou a casa dela, ela recebeu-o, apresentou-o ao pai, e mostrou-se
alegre de o tornar a ver. 4O pai pediu-lhe muito que ficasse lá uns tempos, e ele aceitou, ficando três dias,
mostrando-se satisfeitos de estarem juntos. 5-8No quarto dia levantaram-se cedo, prontos para partir, mas o
pai insistiu para que tomassem ao menos o pequeno almoço antes da viagem. Entretanto fez pressão sobre
ele para que ficasse mais um dia, visto que tinham passado uns bons tempos juntos. A princípio o levita
recusou, mas o pai da moça tanto fez que ele acabou por aceitar. Na manhã seguinte, tornaram a levantar-
se cedo e novamente o pai instou: "Fiquem mais hoje, e partam esta tarde, ao fim do dia". E foi mais um dia
de celebração lá em casa. 9De tarde, quando o casal mais o criado se preparavam para a viagem, chega-se
outra vez o pai: "Não vêem que já é tarde. Fiquem mais esta noite. Fazemos um belo serão e amanhã cedo
podem iniciar a viagem." 10Mas desta feita o homem foi inflexível e partiram mesmo, tendo chegado a
Yaohúshua-oléym (também chamada Yebus) já muito tarde. 11O criado disse-lhe: "Já é muito tarde para
viajar; fiquemos aqui esta noite." 12-13"Não. Não podemos ficar aqui numa cidade pagã, onde não há
ninguém Yaoshorulíta. Vamos continuar até Gibeá, ou mesmo se possível até Roéma." 14-15E assim
continuaram a viagem. O sol tinha-se posto há muito quando atingiram Gibeá, uma povoação da tribo de
Benyamín; por isso resolveram entrar e passar ali a noite. Mas como ninguém os convidou para os recolher
em casa, decidiram dormir ali mesmo no meio da praça. 16Nessa altura chegou-se um homem idoso, que
regressava do trabalho no campo, a caminho de casa. Era originário das colinas de Efroím, mas vivia agora
em Gibeá, apesar daquele ser o território de Benyamín. 17Quando viu aqueles viajantes assim acampados
em plena praça, perguntou-lhes donde eram e para onde iam. 18-19"Estamos a caminho da nossa casa em
Beth-Lékhem de YAOHÚ-dah", respondeu o levita. "Vivo no extremo da região das colinas de Efroím, perto
de Sheló. Ficámos aqui porque ninguém fez o gesto de nos recolher para passar a noite, ainda que
tenhamos suficiente alimento para os nossos jumentos e comida e vinho que baste para nós próprios."
20"Não se preocupem. Vocês serão meus hóspedes. Mas aqui é que não vão ficar. É demasiado perigoso."
21E assim levou-os para casa. Deu de comer aos animais e depois foram todos juntos jantar. 22Quando o
ambiente começava a aquecer, na alegria daquele convívio, um bando de gente pervertida começou a
juntar-se em frente da casa, batendo na porta, gritando para o velho dono da casa que trouxesse para fora o
homem que estava com eles, para que o levassem. 23O homem idoso veio cá fora falar com eles: "Não,
meus irmãos, não façam um tal acto de tamanha loucura! Ele é meu hóspede. Ouçam. 24Levem a minha
filha, que é virgem, e a mulher dele. Trago-as aqui e façam delas o que quiserem, mas não levem por diante
uma coisas dessas com este homem." 25-26Os outros contudo não aceitaram. Então o levita trouxe a sua
concubina para fora, e empurrou-a para junto deles; aquela gente abusou dela a noite inteira; pela
madrugada deixaram-na. Ela arrastou-se até à entrada da casa e ali ficou até o dia clarear. 27Quando o
levita ia a abrir a porta para seguir viagem, viu-a caída, com as mãos sobre o limiar da moradia. 28"Levantate",
disse-lhe, "vamos embora."Mas não obteve resposta; estava morta. Então pô-la sobre o jumento e
levou-a para casa. 29-30Chegado ao seu destino pegou num cutelo, partiu o corpo em pedaços, e enviou
um pedaço a cada uma das tribos de Yaoshorúl. A nação inteira ficou escandalizada. "Nunca se ouviu falar
em tal crime, desde que Yaoshorúl saiu do Egipto", dizia toda a gente. "Temos de fazer qualquer coisa."

Shoftím 20

Os Yaoshorulítas lutam contra os Benyamitas

1Assim toda a nação de Yaoshorúl, através dos seus chefes, conseguiu reunir uma tropa de quatrocentos
mil homens, que se juntaram numa só vontade perante YÁOHU ULHÍM em Mizpá. 2Vinham de toda a parte,
desde Dayán até Beer-Shéva, e mesmo do outro lado do Yardayán da terra de Gaúliod. 3A notícia daquela
mobilização geral em Mizpá depressa chegou aos ouvidos do povo de Benyamín. Entretanto os líderes de
Yaoshorúl mandaram chamar o marido da mulher assassinada e quiseram saber como tinha acontecido. 47"
Chegámos de viagem a Gibeá, na terra de Benyamín, para ali passar a noite", começou ele. "Nessa
mesma noite, homens de Gibeá chegaram-se à casa onde estávamos, e quiseram matar-me; violaram a
minha mulher, que acabou por morrer. Por isso lhe separei o corpo em doze pedaços que mandei por todo o
Yaoshorúl, pois que essa gente cometeu um crime execrável. Agora, filhos de Yaoshorúl, digam o que
pensam; dêem-me um conselho!" 8-10Todos, como um só homem, responderam: "Nem um só dentre nós
regressará a casa antes de termos castigado a povoação de Gibeá. Um décimo do exército será escolhido,
tirando à sorte, para nos fornecer mantimentos, e o resto de todos nós iremos destruir Gibeá, vingando esta
horrível acção." 11A nação inteira se uniu nesta tarefa. 12-17Foram enviados mensageiros à tribo de
Benyamín, perguntando: "Vocês estão ao corrente do que aconteceu de terrível no vosso meio? Entreguem-
nos essa gente má, da cidade de Gibeá, para que os executemos e expurguemos este mal de
Yaoshorúl."No entanto o povo de Benyamín não quis dar seguimento a esta mensagem. Em vez disso
reuniram vinte e seis mil homens armados, que foram juntar-se aos setecentos guardas locais de Gibeá,
para os ajudar a defenderem-se do ataque do resto de Yaoshorúl. (Entre estes havia também uns
setecentos homens canhotos, que eram esplêndidos atiradores com a mão esquerda. Eram capazes de
acertar num alvo formado por um simples cabelo; e nunca erravam.) O exército de Yaoshorúl, sem contar
com os homens de Benyamín, eram quatrocentos mil. 18Antes da batalha a tropa de Yaoshorúl foi primeiro
a Bohay-Úl para pedir conselho a YÁOHU ULHÍM: "Qual a tribo que nos conduzirá contra o povo de
Benyamín?" YÁOHU ULHÍM respondeu-lhes: "YAOHÚ-dah irá à frente." 19-25O exército todo iniciou a
marcha na manhã seguinte, dirigindo-se a Gibeá para atacar os de Benyamín. Mas o certo é que a tropa
que defendia a cidade irrompeu de lá corajosamente e conseguiu matar, só naquele dia, vinte e dois mil
Yaoshorulítas. O exército de Yaoshorúl lamentou-se perante YÁOHU ULHÍM, até à noite, perguntando:
"Será justo continuarmos a lutar contra os nossos irmãos de Benyamín?" YÁOHU ULHÍM respondeu-lhes:
"Sim". Então os soldados Yaoshorulítas encheram-se de coragem e encetaram um novo ataque no dia
seguinte no mesmo lugar. E mais uma vez perderam, nesse dia, dezoito mil homens de guerra, todos
experientes soldados. 26-28Toda a nação foi chorar de novo perante YÁOHU ULHÍM, em Bohay-Úl,
jejuando até ao anoitecer, oferecendo holocaustos e ofertas de paz. (Naqueles dias, a arca de YÁOHU
ULHÍM encontrava-se em Bohay-Úl, e Pinkhós, filho de Úlozor, neto de Aharón, era o intermediário.)Os
homens de Yaoshorúl perguntaram a YÁOHU ULHÍM: "Iremos de novo atacar os nossos irmãos de
Benyamín, ou suspendemos a luta?""Vão, pois que amanhã serão vocês quem há-de derrotar Benyamín",
foi a resposta. 29-31Os Yaoshorulítas puseram emboscadas ao redor da cidade, e atacaram uma terceira
vez, formando em ordem de combate, como habitualmente. Quando os de Benyamín sairam da cidade para
os enfrentar, a tropa de Yaoshorúl recuou, com a intenção de afastar os Benyamitas da cidade. E tal como
antes, estes últimos começaram a matar alguns adversários, ao longo do caminho entre Bohay-Úl e Gibeá;
sempre houve uns trinta homens que morreram, assim. 32As tropas de Benyamín já gritavam: "Estamos a
derrotá-los novamente!", mas não percebiam que se tratava de um movimento estratégico, combinado
antecipadamente, fazendo com que os Benyamitas, ao persegui-los, se afastassem suficientemente da
cidade. 33-45Assim, quando o grosso do exército Yaoshorulíta chegou a Baal-Tamar, resolveu voltar-se e
atacar a sério; os dez mil que estavam emboscados a ocidente de Gibeá mostraram-se, e avançaram contra
a retaguarda dos Benyamitas, os quais nem sequer se davam bem conta do tremendo desastre que lhes ia
acontecer. Assim YÁOHU ULHÍM ajudou Yaoshorúl a derrotar Benyamín, matando vinte e cinco mil e cem
homens deles nesse dia, tendo ficado apenas um pequeno resto das suas forças militares.(Resumo da
batalha:) O exército de Yaoshorúl recuou perante as tropas de Benyamín a fim de dar aos contingentes que
se achavam emboscados mais campo de manobra. Quando os de Benyamín já tinham morto uns trinta
Yaoshorulítas, começaram a pensar que estava segura uma nova matança massiça, à semelhança do que
acontecera antes. Mas nessa altura, os soldados emboscados saltaram sobre a cidade, mataram todos os
habitantes e incendiaram-na. A grande nuvem de fumo que se levantou para o céu foi o sinal para os
Yaoshorulítas se voltarem e atacarem a sério o exército benjamita, que agora, olhando para trás, ficou
apavorado ao verificar que a sua cidade fora incendiada e que ficavam numa situação angustiosa. Assim
começaram a fugir para o deserto; os Yaoshorulítas contudo perseguiram-nos. As tropas que tinham ficado
emboscadas, juntaram-se a eles para liquidar a retaguarda dos adversários. Cercaram dessa forma as
forças de Benyamín a oriente de Gibeá e mataram muitos deles ali. Dezoito mil soldados de Benyamín
morreram nesse dia. O resto fugiu para o deserto em direcção da rocha de Rimom, mas cinco mil ainda
foram mortos no caminho para lá e mais dois mil perto de Gidom. 46-48Desta maneira a tribo de Benyamín
perdeu vinte e cinco mil bravos combatentes nesse dia, ficando apenas uns seiscentos que escaparam
refugiados no rochedo de Rimom, onde se esconderam durante quatro meses. O exército de Yaoshorúl
voltou e matou toda a população de Benyamín -homens, mulheres, crianças, gado -incendiando todas as
cidades e povoações em toda a terra deles.

Shoftím 21

Mulheres para os Benyamitas

1-2Os líderes de Yaoshorúl tinham prometido em Mizpá nunca mais deixar as suas filhas casarem com
homens da tribo de Benyamín. Os chefes Yaoshorulítas reuniram-se depois em Bohay-Úl, diante de YÁOHU
ULHÍM, chorando amargamente até à noite. 3"Ó YÁOHU ULHÍM o Criador Eterno de Yaoshorúl", clamavam
eles, "porque é que isto teve de acontecer, que agora falte uma das nossas tribos?" 4-5Na manhã seguinte
levantaram-se cedo e construíram um altar, oferecendo sacrifícios e ofertas de paz sobre ele. Então uma
pergunta lhes veio ao espírito: "Houve alguma tribo que não se tivesse feito representar quando nos
reunimos perante YÁOHU ULHÍM em Mizpá?" Nessa altura tinha-se feito um juramento em como, se
alguém recusasse vir, deveria morrer. 6Levantou-se pois entre todos uma profunda tristeza pela perda da
tribo irmã - Benyamín."Yaoshorúl perdeu uma parte de si mesmo", diziam eles entre si. "Perdemos toda uma
tribo do nosso povo. 7E agora como é que vamos arranjar mulheres para os poucos que restaram visto que
jurámos, na presença de YÁOHU UL, que não lhes daríamos as nossas filhas?" 8-12E tornaram a reflectir
com respeito àquele juramento que tinham feito de matar os que tivessem recusado apresentar-se em
Mizpá, acabando por constatar que ninguém de Yabesh-Gaúliod viera. Mandaram então doze mil dos seus
melhores soldados para destruir o povo daquela localidade; mataram os homens todos, mais as mulheres
casadas e ainda as crianças. Contudo pouparam as virgens em idade de casar; destas, contaram-se
quatrocentas, que foram trazidas ao campo de Sheló. 13-14Yaoshorúl enviou após isso uma delegação de
paz até ao pequeno resto do povo de Benyamín, que estava na rocha de Rimom. As quatrocentas raparigas
foram-lhes dadas e a delegação voltou para trás; no entanto nem mesmo assim havia bastantes raparigas
para os Benyamitas todos. 15(Isto, claro está, aumentava mais ainda a tristeza dos Yaoshorulítas, pelo facto
de YÁOHU ULHÍM -como dizia o povo -ter permitido aquela brecha no conjunto de Yaoshorúl.) 16-18"O
que é que havemos então de fazer com este problema de arranjar mulheres para os outros! Logo haviam de
ter morrido todas as mulheres de Benyamín!", exclamavam os chefes de Yaoshorúl. Tem de haver uma
solução, se não, toda uma tribo de Yaoshorúl vai ficar perdida para sempre. Mas em todo o caso não
poderemos dar-lhes as nossas filhas. Jurámos solenemente em como qualquer de nós que isso fizesse
seria maldito de YÁOHU ULHÍM." 19A certa altura alguém apresentou uma ideia: "Anualmente há uma
celebração religiosa, nos campos de Sheló, entre Lebona e Bohay-Úl, junto à estrada -a nascente dela -o
que vai de Bohay-Úl a Siquem." 20-22Foram pois dizer aos homens de Benyamín que ainda precisavam de
mulheres: "Vão-se esconder nessa altura por entre as vinhas, e quando as raparigas de Sheló se chegarem
para dançar, corram a apanhá-las e levem-nas para vossas mulheres! Quando os pais e os irmãos delas
vierem protestar, dir-lhe-emos: "Por favor, sejam compreensivos e deixem-nos ficar com as moças; sabem
bem que não conseguimos achar mulheres suficientes para eles quando fomos destruir Yabesh-Gaúliod; e
pela vossa parte vocês também não podiam ter dado as raparigas sem se tornarem culpados." 23-24Os tais
homens de Benyamín fizeram assim; raptaram as moças que participavam na celebração religiosa e
levaram-nas consigo. Reconstruíram as povoações e continuaram a viver ali. Assim o povo de Yaoshorúl
regressou cada qual às suas terras. 25Não havia pois rei em Yaoshorúl naquela altura, e cada um fazia o
que lhe parecia melhor na sua ideia.

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