quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Lamentações de Yarmi-YÁOHU

Lamentações de Yarmi-YÁOHU




Lamentaçôes de Yarmi-YÁOHU 1

1 As ruas de Yaohúshua-oléym, outrora tão movimentadas e cheias de gente, estão agora desertas,silenciosas. A cidade, como uma viúva abatida pelo peso do desgosto, senta-se, desolada, no meio da sua amargura. Ela, que já foi antes a rainha das nações, é agora uma escrava. 2Soluça a noite inteira; correm-lhe grossas lágrimas pelas faces. De entre os seus antigos aliados que a amaram, não há um só que esteja disposto a ajudá-la. Todos os seus amigos são agora seus inimigos. 3YAOHÚ-dah foi levada em cativeiro no meio de aflições e de pesados trabalhos. E agora ali está ela no exílio, lá bem longe. Não consegue encontrar descanso, porque todos os que a perseguiram apanharam-na no meio dos seus apertos. 4 Os caminhos que conduzem a Tzayán estão tristes, abandonados; já não se encontram cheios de alegres multidões que vinham participar nas celebrações festivas do Templo; os portais da cidade estão silenciosos; os intermediários suspiram; as virgens foram arrastadas à força. Agora chora amargamente. 5 Os seus inimigos agora dominam-na, porque YÁOHU ULHÍM castigou Yaohúshua-oléym por todos os seus muitos pecados, os seus filhos foram capturados e carregados como escravos, para longe. 6Toda a sua beleza, a sua majestade se foi; os seus nobres são como cervos cheios de fome à procura de pastagens como veados desamparados, demasiado fracos para poderem fugir do caçador. 7E agora no meio da aflição,lembra-se dos dias felizes, já passados. Recorda-se daqueles belos momentos de alegria que teve, antes que os inimigos escarnecedores a tivessem ferido -e ninguém houve que lhe desse uma ajuda. 8 Porque Yaohúshua-oléym pecou horrivelmente; por isso, agora é posta de lado como um trapo sujo. Todos os que a honraram, agora desprezam-na, pois que a vêem despida, humilhada. E ela lamenta-se e esconde o rosto. 9 Cedeu à imoralidade e recusou encarar o facto de que o castigo não havia de falhar. E agora jaz na valeta, sem que haja alguém para lhe estender a mão e a levantar. "Ó YÁOHU ULHÍM", grita ela, "vê a minha aflição. O inimigo triunfou." 10Os seus adversários saquearam-na completamente, levando-lhe tudo o que de precioso tinha. Teve de ver nações estrangeiras violando-lhe o Templo sagrado -estrangeiros que tu tinhas proibido até de lá entrar. 11O seu povo geme e clama por pão; venderam tudo quanto tinham para obter alimento que lhes desse um pouco de forças. "Vê, YÁOHU ULHÍM", roga ela, "repara como estou abandonada." 12Não vos comove isto, vocês que passam perto? Olhem e vejam se há aflição semelhante à minha, por causa de tudo o que YÁOHU ULHÍM tem feito no dia da sua terrível cólera. 13Enviou fogo do céu, que me arde ainda dentro dos ossos; estendeu uma rede no meu caminho e fez-me voltar para trás. Deixou-me doente e desolada, todos os dias da minha vida. 14Ligou-me com cordas aos meus pecados, e pôs-me ao pescoço como que um jugo de escravidão. Abateu a minha força e entregou-me aos inimigos. Estou sem ajuda nas suas mãos. 15 YÁOHU ULHÍM calcou aos pés todos os meus homens fortes. Um grande exército veio, ao seu chamamento, para esmagar os mais nobres dos jovens. YÁOHU ULHÍM pisou a sua cidade querida como cachos de uvas num lagar. 16É por isso tudo que choro; lágrimas quentes rolam-me nas faces. O meu consolador está bem longe -só ele poderia ajudar-me. Os meus filhos não têm futuro; estamos numa terra conquistada. 17Yaohúshua-oléym roga por socorro, e ninguém lhe acode. Porque YÁOHU ULHÍM falou assim: "Que os seus vizinhos sejam os seus adversários! Que ela seja atirada fora, por eles, como trapos imundos!" 18 YÁOHU ULHÍM é justo, pois eu rebelei-me. Por isso, ó gentes de toda a parte, vejam a minha angústia e desespero, porque os meus filhos e filhas foram transportados para muito longe como escravos. 19Roguei aos meus aliados que me trouxessem auxílio. Esperança vã! Eles não estão de forma alguma dispostos a dar ajuda. Nem tão pouco o poderiam os meus intermediários e anciãos,estes estão deitados nas ruas, morrendo de fome, e vasculhando nas lixeiras à procura de restos de comida. 20Vê, ó YÁOHU ULHÍM, a minha angústia; tenho o coração quebrantado e a alma oprimida, porque me rebelei terrivelmente. Espera-me nas ruas a espada; e em casa a fome e a morte. 21Ouvem os meus gemidos, e ninguém acorre para dar auxílio. Todos os meus inimigos ouviram a minha angústia e até ficam contentes por verem o que fizeste. E apesar de tudo, ó YÁOHU ULHÍM, há de vir o tempo, com toda a certeza porque foste tu quem o prometeu em que lhes farás como me fizeste a mim. 22 Olha também para os seus pecados, ó YÁOHU ULHÍM, e castiga-os como me castigaste a mim, porque passo a vida a suspirar e o meu coração desfalece.

Lamentaçôes de Yarmi-YÁOHU 2

1 Uma nuvem de ira, da parte de YÁOHU UL, escureceu Yaohúshua-oléym; aquela que era a mais bela cidade de Yaoshorúl está agora estendida no pó da terra, expulsa das alturas do céu, pela ordem de YÁOHU ULHÍM. No dia da sua tremenda cólera não houve misericórdia sequer para com o Templo, o estrado dos seus pés. 2 YÁOHU ULHÍM destruiu sem piedade cada casa em Yaoshorúl. Na sua ira derribou cada fortaleza, cada muralha. Levou o reino todo até ao pó, acompanhado dos governantes. 3Todas as energias de Yaoshorúl se desvaneceram sob o seu terrível juízo. Retirou-lhes totalmente a proteção na altura em que o inimigo atacou. YÁOHU ULHÍM ardeu como um violento fogo através de todo Yaoshorúl. 4 Retesa o arco na direção do seu povo, como se este fosse seu adversário. A sua força é usada contra eles, para liquidar a melhor juventude. O seu furor derrama-se como matéria inflamada sobre eles. 5 Sim,YÁOHU ULHÍM venceu Yaoshorúl como se este fosse um inimigo. Destruiu-lhe as fortificações, os palácios.
Tristeza e lágrimas é a sorte que coube a Yaohúshua-oléym. 6Fez abater violentamente o seu Templo como se tratasse meramente duma cabana feita de ramos e folhas de árvores. O povo não pode mais celebrar as santas festividades, os Shábbos. Reis e intermediários, ambos caíram sob a sua indignação. 7 YÁOHU ULHÍM rejeitou o seu próprio altar pois que despreza o falso culto do seu povo; deu os palácios deles aos inimigos, os quais fazem celebrações e bebedeiras no Templo, tal como Yaoshorúl costumava fazer nos dias de santas celebrações! 8 YÁOHU ULHÍM determinou destruir Yaohúshua-oléym. Cumpriu com um programa inalterável de aniquilação. Por isso as muralhas e as fortalezas caíram na sua frente. 9 As portas de Yaohúshua-oléym já de nada servem. Todas as fechaduras e cadeados estão violados e partidos; foi ele mesmo quem os arrombou. Os seus reis e os nobres estão escravizados em terras desconhecidas e afastadas, sem um Templo, sem leis celestiais para os governarem, sem visão profética para os guiar. 10 Os anciãos de Yaoshorúl sentam-se no chão em silêncio, vestidos de serapilheira. Lançam pó sobre as cabeças, em sinal de luto e amargura. As jovens de Yaohúshua-oléym inclinam as cabeças com vergonha.11 Tenho chorado até me secarem as lágrimas; o meu coração está quebrantado, tenho o espírito profundamente deprimido, vendo o que aconteceu ao meu povo; criancinhas e leões desfalecem e morrem no meio das ruas. 12"Mãe, mãe, quero comer!", gritam eles; e ficam-se sem vida no colo delas. São vidas que partem como se fosse numa batalha. 13Alguma vez no mundo terá havido tristeza semelhante? Ó Yaohúshua-oléym, com que é que poderei comparar a tua angústia? Como poderei eu confortar-te? Porque o teu mal é profundo, como o fundo do mar. Quem poderá curar-te? 14Os teus profetas disseram coisas tão insensatas, inteiramente alheados das questões fundamentais! Nem sequer tentaram salvar-te da escravidão, denunciando os teus pecados. Antes calmamente diziam que tudo ia bem. 15Todos os que por ali passam abanam as cabeças, riem-se e dizem: "Vejam, a 'mais bela das cidades do mundo' e 'a alegria de toda a terra -o estado em que ela ficou!" 16Todos os teus inimigos troçam de ti. Torcem-se a rir, arreganham os dentes e dizem: "Até que enfim que a destruímos! Fartámo nos de esperar por este momento, mas acabou por chegar! Estamos a ver nós próprios a sua queda." 17 Mas é que foi YÁOHU ULHÍM mesmo quem fez isto, aliás tal como já tinha dito antes claramente. Cumpriu as suas promessas de condenação feitas já há muito tempo. Destruiu Yaohúshua-oléym sem misericórdia, e fez com que os seus inimigos se alegrassem com isso e se vangloriassem das suas próprias forças. 18Então o povo chorou perante YÁOHU ULHÍM. Ó gente de Yaohúshua-oléym, deixem as lágrimas escorrerem como um ribeiro; não deixem de chorar, não dêem descanso aos vossos olhos, noite e dia. 19Levanta-te de noite e clama a YÁOHU ULHÍM; derrama o teu coração, como se fosse água, perante YÁOHU ULHÍM; levanta para ele as mãos; intercede pelos teus filhos que morrem de fome nas ruas. 20 Ó YÁOHU ULHÍM, olha para isto: É o teu próprio povo a quem estás a fazer isto. Serão as mães obrigadas a comer os seus próprios filhinhos que elas adormeceram nos braços? Estarão os intermediários e os profetas destinados a morrer mesmo no Templo de YÁOHU UL? 21Olha para eles, estendidos no meio das ruas -velhos e novos, rapazes e raparigas, mortos pelas armas inimigas. Mataste-os, YÁOHU ULHÍM, no teu furor, mataste-os sem piedade. 22Mandaste vir deliberadamente a destruição sobre eles; no tempo da tua ira, ninguém conseguiu escapar, ninguém ficou vivo. Todos os meus filhinhos jazem mortos pelas ruas por onde passou o inimigo.

Lamentaçôes de Yarmi-YÁOHU 3

1-2Sou um homem que viu as aflições que a vara de YÁOHU UL fez derramarem-se. Levou-me até às
trevas profundas; tirou-me toda a luz. 3Voltou-se contra mim. Dia e noite a sua mão pesa sobre mim. 4-6A
minha pele está envelhecida e a minha carne mirrada; quebrou-me os ossos todos. Construiu torres
fortificadas contra mim; rodeou-me de angústia e de tormento. Meteu-me dentro de lugares tenebrosos,
semelhante aos que dormem há muito o seu último sono. 7-9Emparedou-me; estou impossibilitado de fugir; agrilhoou-me com pesadas cadeias. Ainda que grite e clame, não ouvirá os meus rogos! Encarcerou-me num sítio rodeado de muros altos e espessos; encheu-me o caminho de emboscadas. 10-12Espia-me como um urso prestes a atacar, e como um leão pronto a saltar sobre a presa. Fez-me extraviar no meu caminho; fez-me em pedaços e deixou-me escorrer sangue, abandonado. Retesou o arco e apontou certeiramente contra mim. 13-15As suas setas entraram-me profundamente no coração. O meu próprio povo ri-se de mim. Cantam o dia inteiro as suas canções dissolutas. Encheu-me de amargura; deu-me a beber um copo cheio da mais profunda tristeza. 16-18Fez-me comer cascalho, de tal forma que até os dentes se me partiram; fez-me rolar no meio da cinza e da sujidade. Ó YÁOHU ULHÍM, foram-se definitavamente toda a prosperidade e toda a tranquilidade por tua própria iniciativa. Até já me esqueci da alegria que essas coisas provocam. Só sei dizer isto: A minha força foi-se. Não espero nada de YÁOHU ULHÍM! 19-20Oh, lembra-te da amargura e do sofrimento que lançaste sobre mim! Nunca mais esquecerei estes horríveis anos. A minha alma passará a viver numa completa vergonha. 21-24Mas há ainda um raio de esperança: é que as misericórdias de YÁOHU UL não têm fim. Aliás foram as misericórdias de YÁOHU UL que impediram que fôssemos consumidos em absoluto. Grande é a sua fidelidade; a sua compaixão é sempre renovada em cada dia. YÁOHU ULHÍM é aquilo de que preciso para viver; é a minha única riqueza. Por isso espero nele.
25-26 YÁOHU ULHÍM é bom para os que esperam nele, para os que o buscam. É bom ter esperança e aguardar calmamente a salvação de YÁOHU UL. 27-30 É bom para um jovem estar sob disciplina. Porque
Fá lo sentar-se solitário, em silêncio, sob o controlo de YÁOHU UL, inclinar o rosto para o chão, para o pó da terra. Então, no fim, haverá esperança para ele. Que aprenda a dar a outra face a quem o fere, que saiba enfrentar a afronta. 31-33 YÁOHU ULHÍM não o abandonará para sempre. Ainda que YÁOHU ULHÍM o faça sofrer, mostrar-lhe-á a sua compaixão, de acordo com a sua grande misericórdia. Porque não é do seu agrado o afligir as pessoas, o fazê-las tristes. 34-36Mas vocês calcaram os humildes do mundo, e defraudaram gente dos direitos que tinham, dados por YÁOHU ULHÍM, recusando fazer-lhes justiça. Não admira que YÁOHU ULHÍM tenha querido castigar-te. 37Porque YÁOHU ULHÍM ordenou e tudo se fez; ele mandou e tudo apareceu. 38-39É só YÁOHU ULHÍM que socorre uns e fere outros. Porque haveríamos então nós, meros seres humanos como somos, de murmurar e de nos lamentarmos quando somos castigados por causa dos nossos pecados? 40Examinemo-nos a nós próprios antes, e arrependamo-nos; voltemos para YÁOHU ULHÍM. 41-42Levantemos os corações e as mãos para o céu, porque pecámos; rebelámo-nos contra YÁOHU ULHÍM, e ele não nos perdoou. 43-45Cobriste-nos com a tua ira, YÁOHU ULHÍM, mataste-nos sem piedade. Cobriste-nos com uma nuvem, de forma que as nossas orações não te alcançam. Fizeste de nós como entulho e como lixo, no meio das nações. 46-47Todos os nossos inimigos falaram mal de nós. Estamos cheios de terror porque fomos apanhados, desolados, destruídos. 48-51 Os meus olhos derramam lágrimas de dia e de noite, em fios que nunca acabam, por causa da destruição do meu povo. Oh, se YÁOHU ULHÍM olhasse desde o céu e respondesse ao meu rogo! O meu coração confrange-se perante aquilo que aconteceu às gentes de Yaohúshua-oléym. 52-54Os meus inimigos, a quem nunca fiz mal nenhum, enxotaram-me como se eu fosse uma ave de rapina. Lançaram-me num poço e puseram em cima uma pedra pesada. A água subiu-me até acima da cabeça. Eu já pensava: É o fim! 5557Mas fiz apelo ao teu Shúam (Nome), YÁOHU ULHÍM, desde o fundo desse poço, e tu ouviste-me! Escutaste o meu rogo; deste ouvidos ao meu choro! Sim, vieste ao apelo dos meus gritos desesperados e disseste-me para não ter receio. 58-59Ó YÁOHU ULHÍM, tu és o meu advogado! Defende a minha causa! Porque redimiste a minha vida. Viste o mal que me fizeram; sê o meu juiz, e julga a minha causa. 60Observaste as conspirações que os meus inimigos arquitectaram contra mim. 61-63Ouviste os nomes afrontosos que me chamaram, tudo o que dizem a meu respeito, e os planos daquilo que conspiram tramar me. Vê como se riem de mim e como cantam com júbilo, preparando a minha queda. 64-66Ó YÁOHU ULHÍM, dá-lhes uma paga total por todo o mal que eles têm feito. Que os seus corações se encham de desespero perante a tua maldição, YÁOHU ULHÍM. Vai atrás deles, perseguindo-os na tua ira e varre-os da terra, de sob os shua-ólmayao de YÁOHU UL!

Lamentaçôes de Yarmi-YÁOHU 4

1Como o ouro perdeu o seu brilho! O ouro fino tornou-se baço! As pedras do Templo estão espalhadas por
terra, no meio da rua. 2A fina flor da tua juventude -esse ouro do mais rico quilate -é tratada como se fossem meros jarros vulgares de barro. 3-4Até os chacais alimentam as crias, mas o meu povo Yaoshorúl
não pode fazê-lo. São como as cruéis avestruzes do deserto, descuidadas para com as crias de mama. As
línguas das crianças prendem-se ao céu-da-boca com a sede que têm, pois não conseguem encontrar uma gota de água. Os bebés choram por comida e ninguém consegue dar-lhes seja o que for. 5 Aqueles que costumavam comer faustosamente andam agora pelos cantos das ruas estendendo as mãos a pedir esmola. Os que sempre viveram em palácios estão agora no meio da sujidade, coçando-se e mendigando.
6Porque o castigo do meu povo é maior do que o de Sodoma, a qual foi subvertida totalmente, em poucos
momentos, por uma catástrofe, e sem que interviesse a mão do homem. 7Os nossos nobres eram belos e
elegantes, homens finos. 8Mas agora estão com os rostos estragados e sujos, como de fuligem. Até ninguém os reconhece. Estão na pele e ossos, secos e mirrados. 9Os que perdem a vida na guerra são considerados como muito mais ditosos do que os que morrem de fome. 10Mulheres piedosas e sensíveis chegaram ao ponto de cozer e comer os próprios filhos, para conseguirem assim sobreviver ao cerco da cidade. 11Mas agora, enfim a cólera de YÁOHU UL está satisfeita; a sua ira terrível foi derramada. Ele acendeu um fogo em Yaohúshua-oléym que ardeu até aos fundamentos. 12Não havia um rei sequer nem
ninguém em todo o mundo que acreditasse que o inimigo poderia entrar pelas portas de Yaohúshuaoléym!
13E YÁOHU ULHÍM permitiu que isso acontecesse por causa dos pecados dos profetas e dos intermediários que sujaram a cidade, fazendo derramar-se sangue inocente. 14E agora esses mesmos homens andam cambaleando, cegos, através da ruas, cobertos de sangue, tornando impuro tudo o que tocam. 15"Afastam-se", grita-lhes o povo. "Vocês são impuros!" E eles fogem para terras distantes e vagueiam por entre estrangeiros; mas ninguém lhes dá autorização de permanência. 16 YÁOHU ULHÍM mesmo se confrontou com eles; por isso não os socorrerá mais, visto que perseguiram os intermediários e os anciãos que queriam manter-se fiéis a YÁOHU ULHÍM. 17Bem pedimos ajuda aos nossos aliados para que venham salvar-nos, mas pedimos em vão. As nações com quem mais contávamos não mexem um dedo a nosso favor. 18Não podemos sair às ruas sem risco de perder a vida. O nosso fim está perto os nossos dias estão contados. Estamos condenados. 19Os nossos inimigos são mais rápidos do que águias;
se fugimos para as montanhas, apanham-nos lá; se nos escondemos no deserto, já lá estão à nossa espera. 20O nosso rei -que nos é tão precioso como o ar que respiramos, o ungido de YÁOHU UL caiu nas armadilhas. E nós pensávamos que, sob a sua protecção, podíamos resistir contra uma nação qualquer da terra! 21 Ficaste feliz, ó povo de Edom, da terra de Uz! No entanto também tu sentirás o peso da terrível ira de YÁOHU UL. 22 O exílio de Yaoshorúl por causa dos seus pecados terminará por fim, mas o de Edom não acabará nunca mais.

Lamentaçôes de Yarmi-YÁOHU 5

1Ó YÁOHU ULHÍM, lembra-te de tudo o que nos sobreveio; vê quantas tristezas temos de aguentar! 2 Os nossos lares, a nossa nação estão cheios de estrangeiros. 3Somos órfãos -morreram-nos os pais; as nossas mães são viúvas. 4Temos de pagar até pela água que bebemos; a nossa lenha é-nos vendida a preços astronómicos. 5Temos de dobrar os pescoços sob os pés dos que nos venceram; o nosso quinhão
agora é executar trabalhos intermináveis. 6Vemo-nos na contingência de ter de pedir pão, e estender as mãos aos egípcios e também aos assírios. 7Os nossos antepassados pecaram mas morreram antes que a
mão do julgamento caísse sobre eles. E fomos nós afinal que tivemos de suportar aquilo que eles também
mereciam! 8Os nossos antigos servos tornaram-se agora os nossos chefees; e ninguém ficou para nos salvar. 9Fomos para o deserto para caçar, à procura de alimento, arriscando ser mortos pelos inimigos. 10 A fome faz-nos arder em febre; até a pele se nos abrasa, como num forno. 11Violaram as mulheres de Yaohúshua-oléym e as raparigas das cidades de YAOHÚ-dah. 12Os nossos nobres foram pendurados pelas mãos. Até os velhos foram desrespeitados, sem consideração pelos cabelos brancos. 13Levaram os
moços para os obrigarem a moer o trigo, e as criancinhas para as carregarem com fardos pesados, sob os
quais cambaleavam sem forças! 14Os anciãos já não se sentam mais à entrada da cidade, junto aos portais, e a juventude já não canta nem dança mais. 15Acabou já tudo o que nos dava tanta alegria aos corações; os nossos bailados tornaram-se danças de carpideiras. 16Foi-se a nossa glória. Caiu-nos da cabeça a coroa, que eram os nossos privilégios, o nosso orgulho. Oy de nós, porque pecámos! 17Temos os corações oprimidos e amargurados; os nossos olhos incham, e vamos perdendo a vista. 18Yaohúshuaoléym e o Templo de YÁOHU UL estão abandonados por todos, menos pelos chacais que fazem a toca entre as ruínas. 19Ó YÁOHU ULHÍM, mas tu permaneces eternamente o mesmo! O teu trono subsiste de geração em geração! 20Porque é que haverias tu de nos esquecer para sempre? Será que nos vais desamparar por um tempo sem fim? 21Converte-nos YÁOHU ULHÍM; faz-nos voltar de novo para ti! É essa a nossa esperança. Faz-nos viver de novo os bons dias antigos! 22Ou será que nos rejeitaste efetivamente para sempre? Será que a tua cólera contra nós não vai ter um termo?

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